Logo PUCPR

O CORPO FEMININO: UMA ANÁLISE DA CONCEPÇÃO REDUCIONISTA PATRIARCAL

SERQUEIRA, Ana Celma de Santana Moreira ¹; BRITES, Simone Bastos de ²
Curso do(a) Estudante: Letras-Português-Inglês – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): PPGF – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O presente relatório final tem como objetivo analisar criticamente a concepção reducionista patriarcal do corpo feminino, a partir de uma perspectiva filosófica e histórica que mostra a construção simbólica e social da inferiorização da mulher e parte da pergunta: quais são os pressupostos fundamentais dessa ontologia patriarcal que sustentam a definição da mulher como corpo e, consequentemente, como sujeito da falta, da fragilidade e da inferioridade? OBJETIVOS: O presente relatório final tem como objetivo analisar criticamente a concepção reducionista patriarcal do corpo feminino. O estudo tem como objetivos específicos: (i) descrever as condições essencializantes atribuídas ao corpo feminino, especificamente a partir da anatomia, apontadas por Laqueur e Beauvoir; (ii) analisar a formação do discurso patriarcal sobre o corpo feminino, encontradas em Laqueur e Beauvoir, considerando suas especificidades e complementaridades; e (iii) apresentar os elementos fundamentais da visão existencialista do corpo da mulher, livre dos pressupostos patriarcais. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa escorre em duas obras centrais: Inventando o Sexo (2001), de Thomas Laqueur, e O Segundo Sexo (1949), de Simone de Beauvoir e investiga como, ao longo da história, o corpo feminino foi compreendido como ausência, deficiência ou variação incompleta do corpo masculino uma ideia que se consolida desde Aristóteles e Galeno de Pérgamo até os tempos contemporâneos. RESULTADOS: Laqueur descreve a transição do modelo de “sexo único”, nesta teoria a mulher era vista como um homem imperfeito, para o modelo de “sexos opostos”, em que os corpos femininos e masculinos passaram a ser vistos como essencialmente diferentes e hierarquizados. Já Beauvoir, a partir do existencialismo, discorre sobre a atribuição de uma “natureza feminina” fixa em que a mulher é historicamente construída como o “Outro”, o inessencial em relação ao homem, que ocupa o lugar do sujeito universal, como o homem branco europeu. Ela afirma que “não se nasce mulher: torna-se mulher”, sublinhando que o corpo é uma situação existencial, e não um destino biológico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nossa pesquisa mostra como discursos biológicos, filosóficos e sociais políticos contribuíram para a naturalização da redução feminina, reforçando mitos sobre a passividade, a instabilidade emocional e a destinação doméstica da mulher. A análise conclui que, embora o corpo da mulher tenha sido historicamente usado como justificativa para exclusão e dominação, há potencial de liberdade e transcendência. A mulher, como ser situado, pode reconfigurar sua existência para além das amarras da biologia e dos discursos normativos.

PALAVRAS-CHAVE: Corpo feminino; Patriarcado; Ontologia; Existencialismo; Simone de Beauvoir.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.

QUERO VOTAR NESTE TRABALHO

Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.