OS MITOS DA CRIAÇÃO NA BABILÔNIA E SUA RELAÇÃO COM OS RELATOS DE GN 1-3

INTRODUÇÃO: O EnumaElish descreve uma criação marcada por conflito entre divindades e pela formação do ser humano a partir do sangue de um deus rebelde. Já Gênesis apresenta uma criação ordenada, realizada por um Deus único, com o homem criado à sua imagem e semelhança. Destaca o aspecto teológico bem como o monoteísmo: Foi um Deus que criou tudo pelo poder da Palavra. a perspectiva Biblica é mais otimista: Deus viu que tudo era bom. OBJETIVOS: Identificar as principais semelhanças e diferenças entre os dois relatos Compreender como essas diferenças refletem as visões de mundo das culturas que os produziram. MATERIAIS E MÉTODO: A presente pesquisa utilizou o método de análise bibliográfica, com enfoque historiográfico e comparativo. O levantamento das fontes concentrou-se em obras que abordam o período anterior ao ano 1800, conforme o recorte cronológico estabelecido no livro. Foram utilizadas, obras científicas como: comentários do livro do Gênesis, O texto da Biblia, O texto da Epopeia da criação: EnumaElish, Livros e comentários científicos da Epopéia. O livro de Mircéa Eliade: Mito e realidade e Dicionário de símbolos. No método comparativo analítico de textos conduziu a pesquisa a identificar elementos de intertextualidade nessas obras. RESULTADOS: O EnumaElish descreve uma criação marcada por conflito entre divindades e pela formação do ser humano a partir do sangue de um deus rebelde. Já Gênesis apresenta uma criação ordenada, realizada por um Deus único. No Gênesis o ser humano é criado a imagem e semelhança de Deus, não o Deus decaído mas o Deus poderoso pelo poder da Palavra. Destaca-se ainda no Genesis a missão confiada ao ser humano de cooperar com a obra criadora. Portanto a perspectiva do primeiro capítulo do Gênesis é otimista: Viu Deus que tudo era bom, e quando criou o ser humano viu que tudo era muito bom. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa comparativa entre o EnumaElish e os relatos bíblicos de Gênesis 1–3 permitiu compreender como diferentes culturas do Oriente Antigo conceberam a origem do mundo, dos seres humanos e da ordem cósmica. Constatou-se que os relatos são mais do que simples narrativas míticas: são expressões das visões de mundo, valores e estruturas sociais de suas respectivas civilizações.Os dois relatos compartilham alguns elementos simbólicos, como a separação das águas e a centralidade do ser humano, mas expressam concepções teológicas opostas: uma baseada em hierarquia e submissão; a outra, em liberdade moral e harmonia original.

PALAVRAS-CHAVE: Cosmogonia; Mitologia; Gênesis; Simbolismo; Criação.