O NEOLIBERALISMO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA COMO UM AGENTE DA MASSIFICAÇÃO
INTRODUÇÃO: Esta pesquisa analisa as transformações na educação superior brasileira sob a influência do modelo neoliberal, destacando seus impactos na ampliação dasdesigualdades, na mercantilização do ensino e na expansão da modalidade de Educação a Distância (EAD). O estudo também investiga o papel das políticaspúblicas na democratização do acesso ao ensino superior e examina como o jornalismo cobre essas temáticas, influenciando a formação crítica da população. OBJETIVOS: Diante desse cenário, os objetivos da pesquisa foram: compreender de que forma as práticas neoliberais impactam a educação superior no Brasil; identificar os índices de massificação dos cursos EAD; e analisar a cobertura jornalística sobre a educação em cinco veículos nacionais e regionais. MATERIAIS E MÉTODO: A metodologia adotada foi a análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin, aplicada à produção noticiosa dos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Zero Hora e Extra Classe entre junho de 2024 a maio de 2025. Foram analisadas 190 matérias jornalísticas : 64 do Estado de S. Paulo, 47 da Folha, 28 do Globo, 11 do EXTRA Classe, 40 do Zero Hora. Além disso, foram utilizados dados públicos provenientes do INEP, IBGE, SEMESP e SERES/MEC, que permitiram observar tendências e contradições na expansão do ensino superior. RESULTADOS: A análise dos dados entre 2013 e 2023 revela uma transformação significativa na educação superior brasileira. As matrículas em cursos EAD cresceram cerca de 300% entre 2013 e 2023, enquanto as presenciais apresentaram uma queda de aproximadamente 18%. Além disso, os dados sobre os ingressantes mostram que em 2013 o EAD representava apenas 18% das novas entradas, já em 2023 a modalidade correspondia a 66% dos ingressantes. Esse processo evidencia uma expansão quantitativa, mas com fragilidades significativas em termos de qualidade e permanência. A análise de 190 matérias jornalísticas mostrou que o tema mais recorrente foi a EAD, seguido por políticas públicas educacionais, cursos técnicos e o mercado de trabalho. Identificou-se ainda uma presença expressiva de conteúdos com viés publicitário e de abordagens alinhadas à lógica neoliberal e técnica, com pouca ênfase em aspectos sociais e estruturais da educação. A cobertura limitada e superficial compromete a formação crítica do público e reforça a naturalização da mercantilização do ensino superior. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nesse contexto, a pesquisa conclui que o avanço de práticas neoliberais, aliado à desregulamentação da oferta de cursos e à baixa fiscalização sobre a qualidade do ensino, contribui para aprofundar as desigualdades educacionais. Evidencia-se a importância das políticas públicas voltadas à permanência, ao financiamento estudantil e à qualidade da formação, especialmente em um cenário de massificação acelerada e evasão alarmante. Por fim, destaca-se a necessidade de um jornalismo especializado, crítico e plural, comprometido com a promoção de uma esfera pública democrática e capaz de estimular debates qualificados sobre a educação, ampliando a consciência cidadã e o controle social sobre as políticas educacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Superior; Neoliberalismo; Educação a distância (EAD); Desigualdade; Cobertura Jornalística.
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