ANÁLISE DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA SURVIVINA INDUZIDA POR HIPÓXIA EM CÉLULAS DE NEUROBLASTOMA
INTRODUÇÃO: O neuroblastoma é um tumor maligno embrionário, originado de células da crista neural que incide, principalmente, em crianças com até cinco anos de idade. É um tipo de câncer muito heterogêneo, o que impõe grandes desafios na definição da conduta terapêutica e favorece a progressão de um comportamento tumoral agressivo nos casos de alto risco, reduzindo as chances de sobrevivência. A hipóxia emerge como um fator central na heterogeneidade biológica dos tumores influenciando o metabolismo celular e modulando os elementos que compõe o microambiente tumoral. Estudos apontam a associação entre a hipóxia com o aumento da expressão da proteína Survivina, uma proteína com ação antiapoptótica, frequentemente associada à alta agressividade tumoral. Esta associação parece estar vinculada à ativação do fator de transcrição HIF1α, o qual desempenha um importante papel na adaptação celular, favorecendo a sobrevivência em condições de baixa disponibilidade de oxigênio. OBJETIVOS: Caracterizar a expressão em in vitro da proteína Survivina em células de linhagem de neuroblastoma com diferentes fenótipos e sua associação com a hipóxia. MATERIAIS E MÉTODO: Células das linhagens de neuroblastoma SK-N-AS, SH-SY5Y e SK-N-SH foram cultivadas em normóxia e em hipóxia (5% de O2) por 24 e 48h. Após os tempos de incubação foi avaliada a viabilidade celular pelo método do azul de metileno, e o perfil de expressão gênica e proteica de Survivina e HIF1α por RT-qPCR e Western-Blot, respectivamente. RESULTADOS: A viabilidade celular foi semelhante entre as condições de normóxia e hipóxia para todas as linhagens analisadas, com exceção das células SK-N-AS, que apresentaram redução significativa na viabilidade após 48 horas sob hipóxia. A expressão gênica de BIRC5 (survivina) e HIF1α foi mais elevada em hipóxia na linhagem SH-SY5Y, enquanto as células SK-N-AS demonstraram maior expressão em normóxia ou queda progressiva ao longo do tempo. A linhagem SK-N-SH não apresentou alterações na expressão gênica em nenhuma das condições testadas. A análise proteica, por sua vez, foi prejudicada pela baixa concentração de proteína obtida, o que comprometeu a detecção e a interpretação dos resultados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir dos resultados obtidos, conclui-se que as linhagens de neuroblastoma respondem de forma distinta à hipóxia, refletindo suas diferenças fenotípicas e genotípicas. Essas observações, embora preliminares, indicam caminhos para a realização de ensaios adicionais que explorem com maior profundidade os mecanismos de adaptação celular ao estresse hipóxico. O estudo forneceu base experimental e treinamento técnico que podem orientar etapas posteriores de investigação em modelos mais complexos.
PALAVRAS-CHAVE: Neuroblastoma; Heterogeneidade; Hipóxia; Survivina; HIF1α.
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