ROTAS CRÍTICAS DA PATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA: A REALIDADE JUVENIL BRASILEIRA
INTRODUÇÃO: A necessidade de se compreender o significado da gravidez para as pessoas envolvidas, é uma realidade de importante impacto social e está vinculada a fatores socioculturais. Assim sendo, a gravidez na adolescência é um fenômeno complexo e envolve múltiplas dimensões da vida humana, percorrendo normalmente uma rota crítica de vulnerabilidades e é diretamente relacionada ao contexto sociocultural, econômico e político, assim como às dimensões étnico-raciais e de gênero. OBJETIVOS: O objetivo deve estudo foi compreender a rota crítica da gravidez na adolescência na perspectiva paterna, explorando as questões sociais e as fragilidades dessa população no contexto brasileiro, a qual usualmente não é retratada como protagonista na grande parte da produção científica sobre o tema. MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizada pela coleta de dados na plataforma BIREME-Biblioteca Virtual em Saúde, a partir do cruzamento dos descritores: “gravidez na adolescência; pai; Brasil” e “gravidez; jovem; pai’, os quais resultaram em artigos que continham relação com a temática. RESULTADOS: A partir da análise inicial de 136 artigos relacionados com o tema, apenas 25 foram utilizados na análise final, a qual revelou três eixos principais de vulnerabilidade na experiência da paternidade na adolescência. No plano individual, destacaram-se a falta de planejamento familiar, a desinformação, a imaturidade emocional e a redução da complexidade do sujeito. No âmbito social, predominaram as categorias de desigualdade de gênero, fragilidade no cuidado, pobreza e pressão social para assumir o papel de provedor. Já entre as vulnerabilidades programáticas, sobressaíram-se a ausência de políticas públicas adequadas, a inefetividade do PROSAD e a desarticulação entre os serviços. Esses dados evidenciam que a paternidade precoce está atravessada por uma teia de fragilidades individuais, sociais e estruturais, reforçando a invisibilidade do jovem pai nas políticas de saúde e nos debates sobre direitos reprodutivos no Brasil. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo evidenciou que a paternidade na adolescência permanece invisibilizada tanto na literatura científica, quanto nas políticas públicas, com o jovem pai frequentemente tratado como ausente ou irrelevante nos debates sobre gravidez precoce. A análise demonstrou que sua vivência é atravessada por vulnerabilidades que vão além das escolhas individuais, incluindo despreparo emocional, ausência de planejamento, pobreza, normas de masculinidade excludentes e falta de suporte institucional. Mesmo os adolescentes que desejam exercer a paternidade enfrentam barreiras simbólicas e práticas que dificultam sua participação ativa. O trabalho reforça a necessidade de uma abordagem intersetorial e sensível, capaz de reconhecer o jovem pai como sujeito legítimo de cuidado, com direito à escuta, orientação e apoio na construção de sua parentalidade.
PALAVRAS-CHAVE: Gravidez na adolescência; Vulnerabilidades; Adolescência; Paternidade; Políticas públicas.
Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.