AVALIAÇÃO DA NORMALIZAÇÃO DO PEPTÍDEO C EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE PANCREÁTICO EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA-PR
INTRODUÇÃO: A Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma condição autoimune caracterizada pela destruição das células beta-pancreáticas, resultando na deficiência absoluta de insulina e em complicações metabólicas e sistêmicas significativas. O transplante simultâneo de pâncreas e rim (TSPR) surge como uma opção terapêutica definitiva para pacientes com DM1 e insuficiência renal terminal, promovendo a restauração da secreção endógena de insulina e normalização do metabolismo glicêmico. O peptídeo C, liberado conjuntamente com a insulina pelas células beta-pancreáticas, é utilizado como marcador da função do enxerto pancreático, por apresentar maior estabilidade e não sofrer interferência da insulina exógena. OBJETIVOS: O objetivo principal deste estudo foi avaliar a função do enxerto pancreático em pacientes com DM1 submetidos ao TSPR, utilizando os níveis séricos de peptídeo C como principal marcador laboratorial. Os objetivos específicos incluíram a correlação do peptídeo C com parâmetros de controle glicêmico (glicemia e hemoglobina glicada), função renal (creatinina sérica), prognóstico e impacto clínico nos pacientes avaliados. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional analítico retrospectivo, baseado na revisão de prontuários médicos de pacientes com DM1 submetidos ao TSPR no Hospital Angelina Caron entre janeiro de 2021 e dezembro de 2023. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados sete pacientes. Foram analisadas variáveis como idade, sexo, níveis de peptídeo C, glicemia, creatinina e HbA1c em diferentes momentos pré e pós-transplante (15, 30, 60, 90, 180 e 365 dias). A análise estatística utilizou os testes de Friedman e ANOVA para medidas repetidas, com p < 0,05 considerado significativo. RESULTADOS: Os níveis de peptídeo C aumentaram significativamente nos primeiros 90 dias após o TSPR, mantendo-se estáveis em até um ano, refletindo boa funcionalidade do enxerto pancreático. A creatinina sérica apresentou redução significativa a partir dos 90 dias, indicando melhora da função renal. Embora a glicemia média não tenha demonstrado significância estatística global, foi observada queda clínica importante logo após o procedimento. A hemoglobina glicada apresentou queda estatisticamente significativa cinco meses após o transplante, com manutenção desse controle ao longo do ano, sugerindo eficácia duradoura do TSPR no controle glicêmico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os achados deste estudo demonstram a utilidade do peptídeo C como marcador confiável da função do enxerto pancreático em pacientes com DM1 submetidos ao TSPR. O transplante demonstrou impacto positivo no controle glicêmico e na função renal, com potencial para reduzir complicações crônicas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Apesar do número reduzido de participantes, os dados obtidos contribuem para a validação clínica do peptídeo C e ressaltam a necessidade de ampliação dos estudos com amostras maiores e seguimento prolongado para consolidar as evidências clínicas observadas.
PALAVRAS-CHAVE: Transplante pancreático; Diabetes Mellitus tipo 1; Peptídeo C; Controle glicêmico; Função do enxerto.
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