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ALIMENTANDO CORPO E ALMA: SIGNIFICADO DE NUTRIÇÃO COMPASSIVA PARA NUTRICIONISTAS NO CONTEXTO DOS CUIDADOS PALIATIVOS

CORRÊA, Paula Todesco Noguerol ¹; ESPERANDIO, Mary Rute Gomes ²
Curso do(a) Estudante: Nutrição – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Teologia – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Este estudo investigou o significado da nutrição compassiva a partir da experiência de nutricionistas que atuam em cuidados paliativos, buscando compreender como a alimentação pode se tornar uma forma de cuidado compassivo no contexto de fim de vida. A pesquisa se insere no campo da espiritualidade e saúde, reconhecendo o sofrimento relacionado à alimentação como uma dimensão importante da experiência humana nesse período. OBJETIVOS: O trabalho teve como objetivo geral compreender a relação entre alimentação e cuidado compassivo no fim da vida, explorando como a compaixão se manifesta na prática clínica nutricional. Os objetivos específicos incluíram identificar elementos que sustentem o conceito de nutrição compassiva, analisar as formas de expressão da compaixão através da alimentação e contribuir com a produção empírica dentro da perspectiva da bioética narrativa. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa teve abordagem qualitativa, fundamentada na bioética narrativa, com realização de entrevistas semiestruturadas com 12 nutricionistas atuantes em cuidados paliativos. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas em quatro ciclos: análise temática, análise narrativa microestrutural, análise de contexto e síntese interpretativa. A análise priorizou a escuta das narrativas, valorizando o sentido subjetivo atribuído às experiências. RESULTADOS: Os achados revelaram que a alimentação, no contexto do fim da vida, ultrapassa sua função técnica, sendo reconhecida como expressão de vínculo, dignidade e conforto. A compaixão foi descrita como ação concreta frente ao sofrimento percebido, por meio da escuta ativa, adaptações técnicas alinhadas aos desejos do paciente, respeito à autonomia e comunicação humanizada. As nutricionistas relataram que a prática compassiva transforma a nutrição em um cuidado relacional, ético e sensível, mesmo diante de limitações clínicas. Também foram identificados entraves institucionais, como rotinas rígidas e cultura hospitalar tecnicista, que dificultam a expressão plena da compaixão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A alimentação foi reconhecida como parte essencial do cuidado compassivo, oferecendo às pessoas enfermas em fim de vida um espaço concreto de dignidade e conforto. O estudo confirmou que alimentar, no contexto final de vida, é mais do que nutrir: é acolher, amar e respeitar. É alimentar corpo e alma. A compaixão transforma a atuação de profissionais nutricionistas, ressignificando sua prática para além das prescrições. Com base nos achados, pode-se conceituar a nutrição compassiva, como cuidado relacional, sensível, simbólico e singular, que permite que a alimentação, mesmo diante da terminalidade, continue sendo um gesto de amor e cuidado. Por fim, destaca-se a necessidade de maior preparo acadêmico e institucional para que a prática nutricional seja mais sensível às dimensões emocionais e simbólicas do cuidado no fim da vida, reafirmando que, mesmo diante da terminalidade, há sempre espaço para a compaixão e o alívio do sofrimento. Com isso, esse estudo será de grande valia para profissionais atuantes na área de cuidados paliativos, trazendo a prática da compaixão como base para o cuidado nesse contexto.

PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; Cuidados Paliativos; Cuidado Compassivo; Nutrição; Bioética.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.

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