CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DA PESSOA COM DOENÇA DE PARKINSON
INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) afeta não apenas o controle dos movimentos, mas também o estado nutricional dos pacientes, em razão da perda de apetite, das dificuldades motoras para se alimentar, mastigar e engolir, além do aumento do gasto energético decorrente das alterações neuromusculares provocadas pela doença. Tais fatores podem resultar em mudanças significativas na composição corporal e impactar diretamente a qualidade de vida dos indivíduos. OBJETIVOS: Avaliar o estado nutricional e os hábitos alimentares de pessoas com DP atendidas por uma associação especializada em Curitiba-PR, com o intuito de desenvolver um material educativo adaptado à realidade observada, visando à promoção da saúde e ao cuidado integral. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo quantitativo, prospectivo e transversal, realizado com 31 pacientes da Associação Paranaense de Portadores de Parkinsonismo (APPP). A avaliação antropométrica incluiu Índice de Massa Corporal (IMC), prega cutânea do tríceps (PCT), circunferência muscular do braço (CMB), circunferência da panturrilha (CP) e força de preensão palmar (FPP), indicadores utilizados para estimar a gordura corporal, massa muscular e força. Foi aplicado um Questionário de Frequência Alimentar (QFA), adaptado de Fernandez et al. (2021), abordando alimentos com potencial neuroprotetor e outros associados a riscos neurológicos. As frequências foram convertidas em frações diárias e classificadas em faixas de consumo (baixo, médio e elevado), conforme a metodologia de Sichieri (1998). Um material educativo ilustrado, com esquemas alimentares e sugestões práticas, foi elaborado com base em revisão bibliográfica atualizada. RESULTADOS: A amostra foi composta por 18 homens (58,1%) e 13 mulheres (41,9%), com médias de idade de 68,5 e 70,4 anos, respectivamente. O IMC indicou predominância de excesso de peso e eutrofia, com distribuição semelhante entre os sexos. A PCT demonstrou excesso de gordura em 87% dos participantes, enquanto a CMB evidenciou déficit de massa magra em mais de 90% dos casos. A FPP indicou baixa força muscular em 50% da amostra, e a CP apontou depleção muscular em membros inferiores em 48,4%, com maior prevalência entre mulheres, representando risco aumentado de quedas. Verificou-se baixo consumo (acima de 90%) de alimentos protetores, como abacaxi, acerola, chia, kiwi, linhaça, melancia, peixe, tangerina e vinho tinto. O consumo de ultraprocessados foi geralmente baixo, mas açúcar, carne vermelha e queijos amarelos apresentaram frequência moderada a alta. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar do IMC aparentemente adequado ou elevado, foram identificados déficits importantes relacionados à sarcopenia, reforçando a necessidade de avaliações mais completas da composição corporal. Os dados obtidos subsidiarão ações contínuas de monitoramento nutricional e educação alimentar, contribuindo para o cuidado integral dos pacientes com DP. A pesquisa reforça o papel da integração entre avaliação clínica, orientação nutricional e materiais educativos.
PALAVRAS-CHAVE: Doença de Parkinson; Estado nutricional; Consumo alimentar; Educação alimentar e nutricional; Dieta mediterrânea.
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