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OBESIDADE EM CURITIBA: EFEITOS DA PANDEMIA DE COVID-19 E A INFLUÊNCIA DA VULNERABILIDADE SOCIAL

VIANNA, Alice Zenti ¹; VOLACO, Alexei ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A obesidade é uma condição crônica multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, com impactos significativos na saúde individual e coletiva. Associada a fatores genéticos, comportamentais e sociais, sua prevalência tem crescido globalmente, especialmente em países em desenvolvimento. A pandemia de COVID-19 agravou esse cenário ao impor mudanças nos hábitos cotidianos da população, como o aumento do sedentarismo, maior consumo de alimentos ultra processados e intensificação de fatores psicossociais como estresse e ansiedade. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da pandemia na prevalência de sobrepeso e obesidade em indivíduos com 20 anos ou mais atendidos nas Unidades de Saúde (US) de Curitiba, considerando também a influência da faixa etária, do sexo e da vulnerabilidade social. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, com análise de dados secundários do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba. Foram incluídos dados antropométricos de 411.084 indivíduos nos anos de 2019 (pré-pandemia) e 2023 (pós-pandemia), excluindo-se os anos intermediários devido à alteração no perfil de atendimentos nas US. A vulnerabilidade social foi mensurada por meio do Índice de Vulnerabilidade das Áreas de Abrangência (IVAB). RESULTADOS: Houve aumento na prevalência de excesso de peso (de 68,65% para 70,16%) e de obesidade (de 33,04% para 34,83%) entre 2019 e 2023. O aumento foi mais expressivo entre adultos (20 a 59 anos) e mulheres. Entre os idosos (≥60 anos), os índices permaneceram estáveis. O crescimento da obesidade foi observado em todas as faixas de vulnerabilidade social, especialmente nas áreas de baixa e alta vulnerabilidade. A obesidade aumentou tanto entre mulheres (de 35,07% para 37,34%) quanto entre homens (de 28,87% para 29,82%), porém, o sobrepeso não apresentou variação significativa entre os homens. A correlação entre IMC e IVAB foi fraca (r=0,004 em 2019 e r=0,013 em 2023), sem relevância clínica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a pandemia teve impacto negativo sobre o estado nutricional da população adulta usuária das US de Curitiba, evidenciado pelo aumento do sobrepeso e da obesidade. Os resultados reforçam a necessidade de estratégias públicas de prevenção e controle da obesidade, com foco em grupos vulneráveis e ações integradas de promoção da saúde no contexto pós-pandêmico.

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Sobrepeso; COVID-19; Vulnerabilidade; Saúde pública.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.

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