OBESIDADE EM CURITIBA: EFEITOS DA PANDEMIA DE COVID-19 DE ACORDO COM A IDADE
INTRODUÇÃO: A pandemia de COVID-19 teve impactos significativos nos hábitos da população, como aumento do sedentarismo e da ingestão calórica e diminuição da prática de atividades físicas, o que contribuiu para o crescimento da obesidade, avaliados pelo IMC (Índice de Massa Corporal) maior ou igual a 30kg/m2. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo investigar os efeitos da pandemia sobre a prevalência de obesidade na população adulta atendida pelas Unidades de Saúde de Curitiba, com foco em diferentes faixas etárias. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, baseado em dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba, envolvendo pacientes adultos ≥ 20 anos atendidos 01/01/2019 a 31/12/2019 (pré pandemia) e 01/01/2023 a 31/12/2023 (pós pandemia). Os anos de 2021 e 2022 não foram incluídos na análise pela alteração do padrão de atendimentos nas Unidades de Saúde. A análise foi segmentada entre adultos (≥ 20 a 59 anos) e idosos (≥ 60 anos) para possibilitar distinção entre os grupos. Também levou-se em consideração o Índice de Vulnerabilidade das Áreas Básicas (IVAB), calculado pela média aritmética entre índices de 4 dimensões: adequação do domicílio, perfil e composição familiar, acesso ao trabalho e renda, além de condições de escolaridade. RESULTADOS: Foram avaliados 411.084 pacientes. As análises estatísticas indicaram aumento no peso médio, passando de 75,14 kg para 76,21 kg e no IMC médio, que se elevou de 28,21 kg/m² para 28,46 kg/m². A taxa de excesso de peso entre adultos subiu de 67,87% para 70,04%, com aumento mais acentuado entre mulheres. A variação dos parâmetros teve leve aumento entre os homens e se manteve estável na faixa etária dos idosos. A análise demonstrou uma correlação fraca entre o IMC e o IVAB (r = 0,004 em 2019 e r = 0,013 em 2023), sem significância clínica no presente estudo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados sugerem que a pandemia intensificou os fatores de risco para obesidade, especialmente entre as mulheres e os adultos, porém não teve interferência significativa no número de idosos com obesidade. Conclui-se que políticas públicas específicas devem ser desenvolvidas para mitigar esses impactos, com estratégias de intervenção direcionadas para esses grupos mais afetados.
PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Sobrepeso; Pandemia; Idosos.
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