AS PRÁTICAS RESTAURATIVAS COMO ESTRAGEGIA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DO BULLYING NO COTIDIANO DA COMUNIDADE ESCOLAR
INTRODUÇÃO: O ambiente escolar é um espaço de convivência permeado por múltiplas relações, mas também por conflitos que, quando não mediados de forma adequada, podem gerar situações de violência. O bullying, enquanto prática sistemática de agressão e exclusão, representa uma das expressões mais recorrentes dessa violência, afetando profundamente a saúde mental, o processo de aprendizagem e o bem-estar dos estudantes. Diante dessa realidade, torna-se urgente refletir sobre alternativas que promovam uma cultura de paz e respeito no contexto escolar, superando abordagens punitivas e repressivas. Nesse sentido, as práticas restaurativas despontam como ferramentas promissoras para lidar com os conflitos escolares de forma construtiva, por meio do diálogo, da empatia e da responsabilização. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo geral compreender como o bullying, caracterizado como uma forma de violência, prejudica a comunidade escolar e evidenciar como o uso das práticas restaurativas pode auxiliar na resolução dessa problemática. Os objetivos específicos incluíram: investigar como os estudantes reconhecem e interpretam o bullying; compreender os efeitos da violência no processo de aprendizagem; e analisar o papel das práticas restaurativas na conscientização e resolução de conflitos escolares. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica por meio da base de dados PubMed, utilizando os descritores ((bullying) AND (restorative practices)), em português e inglês, com recorte temporal dos últimos dez anos. Foram identificados 17 artigos, dos quais 11 foram selecionados por sua relevância direta com o tema. Em seguida, realizou-se uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa, utilizando o método da pesquisa-ação. A coleta de dados foi feita por meio de grupos focais com estudantes do 2º ano do ensino médio de uma escola pública, utilizando perguntas previamente elaboradas para promover reflexão e diálogo sobre a vivência escolar e as experiências relacionadas ao bullying. RESULTADOS: Os resultados revelaram que o bullying é presente no cotidiano escolar, manifestando-se por meio de xingamentos, humilhações, exclusões e preconceitos relacionados a gênero, aparência física e raça. Os estudantes relataram sofrimento emocional, dificuldades de aprendizagem e sentimentos de invisibilidade. Além disso, apontaram a ausência de ações efetivas por parte da escola no enfrentamento desses episódios, revelando a necessidade de estratégias mais humanas e eficazes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que as práticas restaurativas oferecem uma abordagem significativa para lidar com a violência escolar, promovendo um ambiente mais seguro, empático e colaborativo. Ao priorizarem o diálogo e a corresponsabilidade, essas práticas contribuem para a construção de vínculos, para a resolução pacífica de conflitos e para a valorização da escuta dos estudantes. O estudo reforça a importância de repensar as formas como as escolas lidam com o bullying, promovendo ações educativas que contemplem a diversidade e os direitos humanos.
PALAVRAS-CHAVE: Bullying; Práticas Restaurativas; Violência; Saúde mental; Ensino Médio.
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