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SÍNDROME DA NEVE VISUAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA EM FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

MANN, Bianca Vitória ¹; CHAIBEN, Viviane Bernardes de Oliveira ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A Síndrome da Neve Visual (VSS) é uma condição neurológica rara e pouco compreendida, caracterizada por sintomas visuais persistentes, como a percepção contínua de pontos cintilantes semelhantes à estática de uma televisão (“neve visual”). Embora tenha sido reconhecida recentemente como uma entidade distinta, sua fisiopatologia, diagnóstico e tratamento ainda são desafios clínicos. Além dos sintomas visuais, pacientes frequentemente apresentam comorbidades como enxaqueca, tinnitus, distúrbios do sono, ansiedade e depressão, comprometendo significativamente a qualidade de vida. OBJETIVOS: O presente estudo tem como objetivo revisar a literatura científica atual sobre a Síndrome da Neve Visual, abordando suas características fisiopatológicas, manifestações clínicas, critérios diagnósticos e opções terapêuticas disponíveis até o momento. MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados PubMed e SciELO, utilizando os descritores “visual snow syndrome”, “pathophysiology” e “symptoms”, combinados por operadores booleanos. Foram consideradas publicações entre 2019 e outubro de 2024. A triagem seguiu as diretrizes do fluxograma PRISMA, resultando na seleção final de 21 artigos após exclusão de duplicatas, artigos sem texto completo e estudos que não preenchiam os critérios de inclusão RESULTADOS: A fisiopatologia da VSS envolve hiperexcitabilidade cortical, alterações no metabolismo cerebral, como hipermetabolismo no giro lingual, e disfunções em redes cerebrais como a rede de saliência. Teorias integrativas incluem disritmia tálamo-cortical e falhas nos mecanismos de filtragem sensorial. O quadro clínico é dominado pela percepção contínua de “neve visual” bilateral, presente por mais de três meses. Sintomas visuais associados incluem palinopsia, fotofobia, nictalopia e fenômenos entópticos. Sintomas não visuais como Tinnitus (até 75%), enxaqueca (50–80%), ansiedade e depressão são frequentes. O diagnóstico é clínico, baseado na presença dos sintomas visuais principais e na exclusão de condições, ERG neurológicas, oftalmológicas ou induzidas por substâncias. Exames como fundoscopia, OCT e neuroimagem devem ser normais. Questionários estruturados auxiliam, mas não substituem a avaliação clínica. Em relação ao tratamento, não há cura conhecida. A Lamotrigina apresenta os melhores resultados, com melhora parcial em até 22% dos casos. Outros medicamentos mostram eficácia limitada. Abordagens não farmacológicas, como lentes com filtros FL-41, terapia cognitiva, mindfulness e técnicas como rTMS e neurofeedback têm demonstrado benefícios subjetivos. A reabilitação neuro-optométrica também tem sido explorada como estratégia de suporte. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A VSS é uma síndrome sensorial central persistente, com forte impacto funcional e psicossocial, apesar de curso benigno do ponto de vista estrutural. O diagnóstico permanece clínico e desafiador, e o tratamento ainda é limitado. O manejo exige abordagem multidisciplinar com foco em alívio sintomático, reabilitação e suporte psicológico. Pesquisas futuras devem priorizar o desenvolvimento de biomarcadores diagnósticos e terapias mais eficazes e personalizadas.

PALAVRAS-CHAVE: Transtornos da Visão; Oftalmologia; Síndromes Enxaquecosas; Zumbido; Equipe de Assistência Multidisciplinar.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

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