ASSOCIAÇÃO ENTRE COVID-19 E DESENVOLVIMENTO OU AGRAVO DOS SINTOMAS DE SÍNDROME DA BEXIGA HIPERATIVA EM PACIENTES DO SEXO MASCULINO COM MAIS DE 40 ANOS DE IDADE
INTRODUÇÃO: A Síndrome da Bexiga Hiperativa (SBH) é uma condição definida por urgência miccional, com ou sem incontinência, polaciúria e noctúria, na ausência de outras patologias locais. O diagnóstico é clínico e o questionário OAB-V8 é uma ferramenta importante para sua avaliação. Estudos prévios indicam uma associação entre SBH e síndrome metabólica, possivelmente devido à isquemia pélvica. A COVID-19, uma doença de acometimento multissistêmico, causa lesão viral no sistema vascular e disfunções vasculares, incluindo no trato urinário inferior. Durante a infecção, foi observada uma piora dos sintomas do trato urinário inferior, especialmente os relacionados à SBH. Este estudo tem como objetivo avaliar a associação entre a COVID-19 e o desenvolvimento ou agravamento dos sintomas da SBH em homens, a fim de entender melhor essa relação e suas possíveis consequências a longo prazo. OBJETIVOS: O objetivo geral foi avaliar a associação entre a COVID-19 e a evolução dos sintomas da síndrome da bexiga hiperativa em pacientes brasileiros do sexo masculino com mais de 40 anos de idade. O objetivo específico foi verificar como essa associação se comporta de acordo com a severidade da infecção e a presença ou ausência de síndrome metabólica prévia, utilizando o questionário OAB-V8 como ferramenta de avaliação. MATERIAIS E MÉTODO: Este foi um estudo de coorte retrospectiva, aprovado pelo CEP da PUCPR. Uma população inicial de 371 pacientes com mais de 40 anos, que haviam respondido ao questionário OAB-V8 entre 2018 e 2019, foi reavaliada. Devido à dificuldade de contato, o questionário foi aplicado em 151 pacientes. Desses, 15 pacientes com suspeita não confirmada de COVID-19 foram excluídos, resultando em uma amostra de 136 homens. Posteriormente, 52 pacientes foram submetidos a tratamento clínico ou cirúrgico para sintomas do trato urinário inferior. Para evitar viés, a análise foi focada em 109 pacientes que não foram submetidos a cirurgia ou tratamento clínico, ou que haviam interrompido o tratamento por pelo menos 2 meses. Uma análise estatística secundária foi realizada com 84 pacientes que não receberam qualquer tipo de tratamento. O questionário OAB-V8 foi reaplicado por telefone e os dados da infecção por COVID-19 (confirmação, gravidade e eventos trombóticos) foram coletados. RESULTADOS: Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre a infecção por SARS-CoV-2 e a piora dos sintomas de bexiga hiperativa. A falta de associação foi observada tanto na análise geral quanto nas análises estratificadas pela gravidade da doença e pela presença de síndrome metabólica. Apesar disso, alguns resultados estavam próximos ao limite de significância, o que, juntamente com a amostra reduzida e a dificuldade de contato, sugere a necessidade de estudos mais amplos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo não encontrou associação a longo prazo entre a infecção por COVID-19 e o agravamento dos sintomas da síndrome da bexiga hiperativa. As limitações, como a amostra reduzida, a aplicação dos questionários por telefone e a falta de exames complementares, podem ter influenciado os resultados. Portanto, sugere-se a realização de futuras pesquisas com amostras maiores e mais recursos para confirmar ou refutar os resultados obtidos.
PALAVRAS-CHAVE: COVID-19; Bexiga Hiperativa; OAB-V8.
Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.