FATORES ASSOCIADOS A PERDA DE ENXERTO NAS CIRURGIAS REPARADORAS EM PACIENTES QUEIMADOS
INTRODUÇÃO: O tratamento de queimaduras graves frequentemente envolve o uso de enxertos de pele, classificados em total, parcial ou compostos. Enxertos totais são preferidos em áreas como a face, pelos melhores resultados estéticos; os parciais são usados em grandes áreas, mas apresentam maior risco de discromia; os compostos, por incluírem outros tecidos, são indicados em reconstruções complexas. Aloenxertos podem ser utilizados em situações críticas. Apesar dos avanços cirúrgicos, a perda de enxertos ainda é frequente, influenciada por fatores como infecção, comorbidades e condições do leito receptor. A compreensão desses elementos é essencial para a melhoria dos desfechos clínicos e para o desenvolvimento de condutas mais eficazes. A relevância do tema se justifica pela alta incidência de queimaduras e pelas implicações funcionais e estéticas para os pacientes. OBJETIVOS: Analisar os fatores associados à perda de enxertos em cirurgias reparadoras de pacientes queimados. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória baseada em revisão bibliográfica, realizada entre setembro de 2024 e julho de 2025. As buscas foram feitas nas plataformas PubMed, Google Acadêmico e Portal de Periódicos CAPES, utilizando descritores em português e inglês. Foram incluídos estudos dos últimos dez anos e clássicos relevantes, com foco em fatores de risco para perda de enxertos. Textos duplicados, experimentais ou que não tratassem diretamente do tema foram excluídos. A análise foi organizada por meio de fichamentos temáticos, com reuniões periódicas para discussão dos achados. RESULTADOS: A maioria dos pacientes era do sexo masculino, adultos jovens, frequentemente expostos a riscos ocupacionais. A obesidade foi a comorbidade mais prevalente. As queimaduras ocorreram, em sua maioria, em ambientes domésticos, sendo a chama aberta a principal causa. Queimaduras elétricas mostraram maior profundidade e maior taxa de falha de enxertos. Infecções na área receptora foram um fator crítico, exigindo controle prévio com antibioticoterapia e desbridamento. O tempo de internação influenciou os resultados: internações prévias ao enxerto tiveram efeito protetor, enquanto internações prolongadas indicaram maior gravidade clínica. Fatores como infecções por microrganismos multirresistentes, comorbidades como tabagismo e hipertensão também foram associados à falha dos enxertos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A perda de enxertos em pacientes queimados é multifatorial, exigindo estratégias integradas de cuidado. O estudo sugere a ampliação da base de dados e a investigação de novas técnicas e protocolos personalizados para redução das falhas.
PALAVRAS-CHAVE: Transplante de pele; Procedimentos Cirúrgicos Reconstrutivos; Queimaduras; Fatores de risco.
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