O IMPACTO DO USO EXCESSIVO DE APARELHOS RETROILUMINADOS NO SONO DE ESTUDANTES DE MEDICINA DE CURITIBA
INTRODUÇÃO: O sono é essencial para a sobrevivência humana, influenciando funções metabólicas, cardíacas, imunes e neurais como formação de memórias e restauração cerebral. O ritmo circadiano, controlado pelo núcleo supraquiasmático no hipotálamo, sincroniza as funções fisiológicas ao ciclo de 24 horas através de estímulos luminosos. A melatonina, produzida pela glândula pineal, regula o ciclo sono-vigília sendo ativada na escuridão e suprimida pela luz. A introdução de dispositivos eletrônicos que emitem luz azul modificou esse equilíbrio natural, especialmente impactando a produção de melatonina quando utilizados à noite. No ambiente universitário, particularmente no curso de Medicina que exige dedicação quase integral, o uso de telas tornou-se prática comum, tornando relevante avaliar seu impacto no sono dos estudantes. OBJETIVOS: O objetivo geral foi identificar associações entre padrões de uso de dispositivos retroiluminados e parâmetros quantitativos e qualitativos do sono de estudantes de medicina de Curitiba-PR. Os objetivos específicos incluíram descrever o padrão de uso de aparelhos retroiluminados, caracterizar parâmetros do sono e identificar possíveis relações entre uso de dispositivos e qualidade do sono. MATERIAIS E MÉTODO: Realizou-se estudo transversal quantitativo e qualitativo com 42 estudantes de medicina de Curitiba, matriculados do 1º ao 12º período, com idade igual ou superior a 18 anos. A coleta de dados foi feita através de formulário eletrônico no Google Forms distribuído via WhatsApp. Utilizou-se o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) para avaliar o sono e questionário próprio para uso de telas, estabelecendo sistema de pontuação de 0 a 13 pontos. A análise estatística incluiu estatística descritiva, Teste de Mann-Whitney U, Teste Qui-quadrado de Pearson e Correlação de Spearman, com nível de significância p<0,05. RESULTADOS: A amostra apresentou predominância feminina (69,0%), idade média de 21,36 anos e maioria vinculada à PUCPR (81,0%). Para todas as variáveis relacionadas ao uso de telas, os valores de p foram superiores a 0,05, indicando ausência de diferença estatisticamente significativa entre grupos com qualidade de sono “Baixa” ou “Boa”. Não houve associação significativa entre classificação do uso de telas e qualidade do sono dos participantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo não encontrou associação estatisticamente significativa entre o uso excessivo de aparelhos retroiluminados e a qualidade do sono em estudantes de medicina de Curitiba, contrariando a hipótese inicial baseada na literatura sobre os efeitos da luz azul no ritmo circadiano.
PALAVRAS-CHAVE: Sono; Estudantes de Medicina; Uso de Telas; Qualidade de Sono; Dispositivos retroiluminados.
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