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CLARICE LISPECTOR: REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO E ETNICIDADE EM “A PAIXÃO SEGUNDO G.H.” (1964)

VOLPI, Ana Beatriz Kremer ¹; ZECHLINSKI, Beatriz Polidori ²
Curso do(a) Estudante: Licenciatura em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Este artigo tem como objeto de análise as representações sociais de gênero e de etnicidade na obra A Paixão Segundo G.H. (1964), de Clarice Lispector. O problema de pesquisa concentra-se em compreender como essas representações são construídas e tensionadas no romance, especialmente a partir das experiências da protagonista G.H., situando-as no contexto histórico do Brasil do ano de 1964, marcado pelo golpe militar e os retrocessos nos discursos sociais. OBJETIVOS: Os principais objetivos são: investigar de que forma a autora expressa as questões de gênero, etnicidade e classe por meio da construção de suas personagens; analisar como sua condição pessoal de mulher judia influencia essas representações; e discutir as implicações sociais e subjetivas advindas da narrativa. MATERIAIS E MÉTODO: A metodologia utilizada baseia-se em análise qualitativa de fonte literária, amparada por revisão bibliográfica interdisciplinar nos campos da História, Literatura, Estudos de Gênero e Etnicidade. O aporte teórico inclui autores como Eva Blay (2009), Parry Scott (2004), Marcos Napolitano (2014), Beatriz Zechlinski (2007), além das análises biográficas de Gotlib (1995) e Moser (2011) sobre Clarice Lispector. RESULTADOS: Os resultados evidenciam que a narrativa de G.H. promove uma profunda reflexão existencial, marcada por um confronto com o “outro” — a empregada Janair e a barata — que provoca uma ruptura com o próprio eu burguês e eurocentrado da protagonista. A personagem passa a questionar papéis de gênero, estruturas sociais de classe e visões estereotipadas de raça, além de sua própria relação com Deus e de Deus com os outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A obra revela um processo de desconstrução subjetiva e política, no qual G.H. se reconhece como mulher, igual a outras mulheres, apesar das diferenças sociais, e passa a compreender os limites e as imposições das representações que carrega. Assim, o estudo reforça a potência da literatura como fonte histórica e ferramenta crítica e de resistência às normas e violências simbólicas de sua época.

PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector; Literatura; Representação de Gênero; Etnicidade; Golpe Militar.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

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