SEGUIMENTO DA POPULAÇÃO COM FRATURAS POR FRAGILIDADE ATENDIDOS EM UM HOSPITAL PÚBLICO EM CURITIBA – PR
INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional tem aumentado a prevalência da osteoporose e, consequentemente, das fraturas por fragilidade, eventos associados a altos índices de morbimortalidade e perda funcional. Apesar disso, grande parte dos pacientes não é adequadamente investigada ou tratada após a fratura, configurando uma lacuna na prevenção secundária. O modelo Fracture Liaison Service (FLS) surge como uma estratégia eficaz para suprir essa falha, promovendo um cuidado coordenado. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é identificar e acompanhar pacientes com fratura por fragilidade atendidos em um hospital universitário, avaliando a morbimortalidade e os principais desfechos clínicos e funcionais relacionados ao tratamento conservador ou cirúrgico. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional longitudinal realizado no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba-PR, entre abril de 2024 e junho de 2025, aprovado pelo Comitê de Ética da PUCPR. Foram incluídos pacientes ≥45 anos com fratura por fragilidade. Os dados foram coletados por meio de formulário com dados demográficos e clínicos e por registros de prontuários de histórico médico, exames laboratoriais e densitometria óssea. O seguimento incluiu reavaliações semestrais e mensuração de desfechos clínico-funcionais. A análise estatística foi descritiva, realizada com o software SPSS. RESULTADOS: Foram incluídos 62 pacientes (74,2% mulheres; 67,7% brancos), com idade média 75,58,8 anos. Fratura prévia foi relatada por 41,9%. No ano anterior, 35,5% tiveram ≥2 quedas e 91,9% relataram medo de cair. Na consulta inicial, 38,7% estavam em tratamento específico para osteoporose, principalmente alendronato (32,3%). Após intervenção, a terapia para osteoporose foi otimizada. No seguimento de 6 meses (n=26), 50% mantinham terapia específica, com predomínio de alendronato de sódio (34,6%). Funcionalmente, após a fratura, 53% necessitavam auxílio para locomoção fora de casa, 34,6% apresentavam dor crônica e 23,1% deformidades associadas à fratura; 30,8% tornaram-se dependentes em ao menos uma atividade básica de vida diária. Além disso, 3,8% tiveram nova fratura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O modelo de cuidado reativo mostra-se inadequado para interromper o ciclo de morbimortalidade pós-fratura. A trajetória do paciente, confirmada pelo seguimento, é marcada por declínio funcional e falhas terapêuticas. Recomenda-se a implementação de modelos coordenados, como os Fracture Liaison Services (FLS), para identificar, tratar e monitorar sistematicamente esses pacientes, fechando a lacuna de cuidado.
PALAVRAS-CHAVE: Osteoporose; Prevenção-secundária; Morbimortalidade; Estudo longitudinal; Fragilidade óssea.
Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.