APLICAÇÃO DE FILMES COMESTÍVEIS DE MISTURAS DE GOMA GUAR, MUCILAGEM DE QUIABO E/OU BABOSA INCORPORADOS DE ÓLEO ESSENCIAL DE GERGELIM NO REVESTIMENTO DE FRUTOS
INTRODUÇÃO: O uso de filmes comestíveis à base de polissacarídeos naturais tem se mostrado uma alternativa promissora para a conservação de alimentos, especialmente frutas, ao atuarem como barreiras semipermeáveis que reduzem a perda de umidade, retardam o amadurecimento e contribuem para a manutenção das características nutricionais e sensoriais dos produtos. A adição de óleos essenciais, como o de gergelim, pode conferir propriedades antimicrobianas aos filmes, colaborando para o aumento da vida útil dos produtos. OBJETIVOS: Este trabalho teve como objetivo aplicar filmes comestíveis de galactomanana de guar em interação com a mucilagem de quiabo ou babosa no revestimento de maçãs incorporados de óleo de gergelim, avaliando seus efeitos sobre as características físico-químicas dos frutos durante 14 dias. MATERIAIS E MÉTODO: A mucilagem dos frutos de quiabo foi obtida por extração a quente, seguido de precipitação em álcool e secagem em estufa, enquanto a mucilagem de babosa foi extraída manualmente a temperatura ambiente e submetida à liofilização. Foram formulados quatro tratamentos com diferentes proporções de goma guar, mucilagem de quiabo ou de babosa, emulsificados com estearato de glicerila (1%) e incorporados com óleo essencial de gergelim (1%). As maçãs foram cortadas em dois formatos: fatias laterais, utilizadas nas análises de perda de massa e coloração, e cilindros de 2 cm de diâmetro por 1,6 cm de altura, utilizados nas demais análises físico-químicas. Após o corte, os frutos foram submetidos ao recobrimento por imersão e armazenados sob refrigeração. As análises físico-químicas realizadas ao longo dos 14 dias incluíram determinação de vitamina C, acidez titulável, sólidos solúveis totais, pH, perda de massa, firmeza e coloração (sistema CIELAB). RESULTADOS: Os resultados demonstraram que o tratamento 75%Q (75% mucilagem de quiabo e 25% goma guar) foi o mais eficiente em reduzir a perda de massa (22,5% no 14º. dia), preservar a firmeza (27,7 N), evitar oscilações acentuadas na acidez titulável (~0,43 %) e nos sólidos solúveis (~18 °Brix). Além disso, esse tratamento apresentou os maiores teores finais de vitamina C (~1,38 mg/100 g) e melhor preservação da coloração, com menor escurecimento (L* ~65,5) e controle da vermelhidão (a* ~11,4). Em contraste, o controle (sem recobrimento) apresentou os piores resultados, com maior perda de massa (60,6%), firmeza reduzida (~17N), maior queda nos teores de vitamina C (~0,9 mg/100 g), acidez titulável (~0,47%), sólidos solúveis em torno de 26 °Brix e coloração mais escura (L* ~61,1 no 14º dia) e menor controle da vermelhidão (a* ~14,7). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que os filmes comestíveis contendo mucilagem de quiabo apresentam potencial significativo para aplicação em revestimentos de frutas, promovendo melhor conservação da qualidade físico-química durante o armazenamento.
PALAVRAS-CHAVE: Filme comestível; Quiabo (Abelmoschus esculentus); Babosa (Aloe vera); Goma guar; Conservação pós-colheita de frutas.
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