INFLUÊNCIA DE AZOSPIRILLUM BRASILENSE NA ECOFISIOLOGIA DE FIGUEIROS EM POMAR DE ALTA DENSIDADE
INTRODUÇÃO: O figueiro (Ficus carica L.) é uma frutífera de grande importância econômica e nutricional, sendo amplamente cultivada em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil, onde sua produção tem se expandido devido à alta demanda de mercado. Pertencente à família Moraceae, o figueiro destaca-se pelo seu potencial de produção de frutos para consumo in natura e para a agroindústria. Contudo, fatores como o manejo nutricional e a adaptação da planta ao ambiente influenciam diretamente sua produtividade e qualidade. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo analisar a influência de Azospirillum brasilense na ecofisiologia da cultura do figueiro durante o primeiro ano de implantação em um pomar aberto de alta densidade. MATERIAIS E MÉTODO: O experimento foi conduzido em campo na Fazenda Experimental Gralha Azul (PUCPR), com mudas de Ficus carica L. propagadas por estaquia. O delineamento foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 3, com seis tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos combinaram dois manejos de solo, sendo solo limpo e solo com cobertura verde formada por feijão-de-porco, com três doses do inoculante Azokop®, aplicado na rizosfera em três parcelas ao longo do ciclo. Cada parcela teve três plantas, sendo a central ou a com um melhor desenvolvimento utilizada nas análises. As avaliações incluíram sintomas visuais de deficiência nutricional, além da presença de pragas. RESULTADOS: De maneira geral, os sintomas nutricionais observados ao longo do experimento foram pouco expressivos, indicando que as plantas se desenvolveram dentro de padrões nutricionais aceitáveis. As manifestações mais recorrentes consistiram em clorose foliar leve, principalmente em plantas sem cobertura vegetal, mas sem correlação clara com os tratamentos. Em relação aos aspectos fitossanitários, foram registradas ocorrências pontuais de antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) e ferrugem (Cerotelium fici), com baixa severidade e distribuição aleatória entre os tratamentos. Esses sintomas também não demonstraram relação consistente com a inoculação com Azospirillum brasilense, indicando que a associação com o microrganismo não promoveu efeitos significativos sobre o estado nutricional ou sanitário das plantas durante o primeiro ano de cultivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma, conclui-se que, embora o uso do microrganismo possa contribuir para alguns parâmetros fisiológicos, sua aplicação não resultou em melhorias expressivas no estado nutricional ou fitossanitário das plantas no primeiro ano de cultivo, sendo necessários estudos de longo prazo para avaliar seu real potencial em sistemas de produção de figos.
PALAVRAS-CHAVE: Ficus carica; Microrganismos promotores de crescimento; Nutrição; Sanidade vegetal; Bioinsumos.
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