A TEOLOGIA NO BRASIL NA VOZ DAS MULHERES (PLANO 2)
INTRODUÇÃO: O crescente interesse das mulheres pela Teologia não apenas inaugura uma nova perspectiva teológica, mas também evidencia que há muitas mulheres capacitadas para lecionar e refletir, com elevado grau de competência e qualidade, sobre as diferentes disciplinas que compõem o campo teológico. No entanto, cabe questionar: as teólogas têm, de fato, espaço e voz nas universidades e nos ambientes de produção do saber? OBJETIVOS: Esta pesquisa tem por objetivo identificar, nos discursos e documentos do Papa Francisco, suas reflexões e contribuições acerca do protagonismo feminino na Igreja e na teologia. Além disso, busca mapear, em três cursos presenciais de graduação em Teologia no Brasil, a presença de professoras e verificar se elas mantêm alguma linha de pesquisa relacionada ao Papa e à mulher. MATERIAIS E MÉTODO: Para investigar a presença feminina no corpo docente dos cursos de graduação em Teologia, foram analisadas as composições das equipes de docentes da Faculdade de Filosofia e Teologia dos Jesuítas (FAJE), da Faculdade Católica de Fortaleza (FCF) e da Universidade Católica de Salvador (UCSal). As áreas de atuação e pesquisa das professoras identificadas foram levantadas por meio da análise de seus currículos na plataforma Currículo Lattes. Adicionalmente, buscou-se na base de dados da CAPES trabalhos acadêmicos voltados à temática deste projeto, a fim de compreender se as instituições selecionadas apresentavam produções dedicadas à discussão do protagonismo feminino. Os resultados obtidos são apresentados através de tabelas e gráficos, facilitando a visualização dos dados coletados. Este estudo também aborda o processo de transformação do curso de Teologia, do ambiente eclesiástico para o âmbito civil, seu reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC), bem como as especificidades da produção teológica empreendida por mulheres. Além da obra de Neiva Furlan, a pesquisa fundamenta-se em artigos acadêmicos de teólogas sobre a presença feminina na teologia e em estudos brasileiros dedicados à formação e relevância dos cursos teológicos para a sociedade. RESULTADOS: A investigação confirma que o número de professoras nos cursos de graduação em Teologia é significativamente inferior ao dos professores. Observou-se, ainda, que a maioria dos docentes, além de serem homens, são ministros ordenados, o que acentua a homogeneidade do corpo docente dessas instituições. Os dados levantados na plataforma CAPES também revelam uma baixa produção acadêmica sobre as mulheres a partir dos discursos do Papa Francisco. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que, apesar dos discursos e documentos do Papa Francisco, a Igreja e a Teologia continuam sendo espaços marcados pela predominância do pensamento masculino, o que acaba por naturalizar a inferioridade das mulheres, alimentar o fundamentalismo religioso e o machismo, contribuindo para a perpetuação de situações de opressão e violência. Diante desse cenário, a Teologia produzida e ensinada por mulheres mostra-se fundamental para desconstruir fundamentalismos religiosos e culturais associados ao poder masculino, pois eles frequentemente constituem raízes de subordinação, dominação e violência.
PALAVRAS-CHAVE: Docência feminina; Papa Francisco; Mulheres; Teologia; Desigualdade de gênero.
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