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EFEITOS HISTOPATOLÓGICOS DA TERAPIA COM LASER HOLMIUM:YAG NO UROTÉLIO PORCINO: UM ENSAIO IN VIVO

TALAH, Barbara Antonia Dups ¹; PIGATTO FILHO, Gino ³; CAMARA, Bruna Martins Dzivielevski da ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O Laser Holmium (Ho:YAG) é a escolha padrão ouro tanto para enucleação endoscópica da próstata quanto para urolitotripsia transuretral. Revolucionou em termos de controle de energia de pulso (J) e frequência de pulso (Hz), essenciais para definir a potência (W) responsável pela ablação dos cálculos urológicos. Embora essa minimização de lesões aconteça, o procedimento não está livre de complicações. O Ho:YAG pode carbonizar a mucosa ureteral, levando contratura ureteral. A ausência de dados clínicos perante seus efeitos no tecido urológico se destaca, tornando esse objetivo crucial dentro das pesquisas científicas. OBJETIVOS: Avaliar histologicamente os efeitos térmicos do laser Holmium:YAG sobre o urotélio porcino, em diferentes configurações de energia e modos de aplicação, a fim de caracterizar a extensão e a profundidade das lesões induzidas. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo experimental in vivo conduzido em suínos da raça Landrace Dinamarquês. Segmentos ureterais foram dissecados e submetidos à aplicação do laser Holmium:YAG com fibra de 270 nm, posicionada perpendicularmente ao tecido. Foram testadas três energias (0,6 J, 1,0 J e 1,5 J), frequência fixa de 10 Hz e duração de 1 segundo, nos modos Touch e No-Touch. Os fragmentos foram fixados em formalina 10%, processados, embebidos em parafina e corados com hematoxilina-eosina. As lâminas foram digitalizadas e as lesões mensuradas com auxílio dos softwares Zen blue edition 2.6 e Scanner Axio Scan.Z1, utilizando segmentação semi-automatizada. RESULTADOS: A análise comparativa das seis lâminas revelou que tanto a energia aplicada quanto o modo de disparo influenciaram o padrão e a profundidade das lesões térmicas no ureter. Na energia de 0,6 J, o modo Touch provocou uma lesão leve, restrita ao epitélio urotelial e à lâmina própria, com mínimo edema e sem acometimento muscular. O modo No-Touch, na mesma energia, resultou em necrose epitelial mais extensa e desorganização da submucosa, com início de comprometimento da camada muscular. Com 1,0 J, o modo Touch gerou uma lesão profunda, com necrose focal e coagulação difusa que atinge a musculatura lisa e tecido adiposo subjacente. O modo No-Touch 1,0 J produziu uma lesão transmural, extensa e difusa, com descamação epitelial intensa e necrose contínua até a camada muscular e tecido adiposo. Já o modo Touch 1,5 J resultou em uma lesão focal e profunda, com necrose epitelial completa, mas preservação parcial da musculatura. Em contraponto, o modo No-Touch de 1,5 J apresentou um padrão distinto, com edema intersticial exuberante e destacamento epitelial proeminente, mas sem aprofundamento significativo da necrose em direção à musculatura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O modo Touch tende a produzir lesões mais focais e profundas, enquanto o modo No-Touch resulta em lesões mais difusas e com padrão lesional variável. O dano em 1,0 J foi mais profundo que em 1,5 J, possivelmente devido a diferenças na dispersão térmica ou formação de vapor superficial com energia mais alta. Ademais, esse estudo contribui para a compreensão dos padrões histológicos de dano térmico induzido pelo Holmium:YAG e auxilia na definição de parâmetros mais seguros para sua aplicação em procedimentos urológicos minimamente invasivos.

PALAVRAS-CHAVE: Laser Holmium; Procedimentos Cirúrgicos Urológicos; Histologia; Ureter; Experimentação Animal.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.

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