O PAPEL IN VITRO DO INIBIDOR DO CO-TRANSPORTADOR DE SÓDIO-GLICOSE 2 REGULAÇÃO REDOX RENAL NA NEFROPATIA DIABÉTICA
INTRODUÇÃO: A síndrome metabólica, especialmente o diabetes mellitus (DM), é caracterizada por hiperglicemia crônica e está fortemente associada ao desenvolvimento de complicações renais. Dentre essas, destaca-se a Nefropatia Diabética (ND), condição marcada por alterações imunometabólicas e acentuado desequilíbrio redox. Esse ambiente favorece a ocorrência de inflamação exacerbada, aumento do estresse oxidativo e morte celular, incluindo a ferroptose, um tipo de morte celular dependente de ferro e associada à disfunção mitocondrial e peroxidação lipídica. Recentemente, os inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 (iSGLT2) têm ganhado destaque como abordagem farmacológica eficaz no controle glicêmico, apresentando benefícios adicionais sobre processos inflamatórios, estresse oxidativo e função renal. Paralelamente, a Coenzima Q (CoQ) tem sido investigada como tratamento adjuvante por seu potencial antioxidante em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), incluindo aqueles com ND. OBJETIVOS: Avaliar os efeitos in vitro do iSGLT2 sobre as alterações redox relacionadas a ferroptose em células renais embrionárias (HEK-293). MATERIAIS E MÉTODO: A formulação do iSGLT2 foi realizada no Laboratório Experimental Multiuso (LEM) da PUCPR. Células HEK-293 foram cultivadas em meio DMEM com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibiótico, mantidas a 37 °C em atmosfera de 5% de CO₂. Para simular um ambiente de injúria renal, as células foram expostas à hipóxia por 48 horas, seguida de tratamento com diferentes concentrações de iSGLT2 (0,1 a 100 µM) por mais 24 horas. A viabilidade celular foi avaliada pelo ensaio de MTT. A análise de marcadores inflamatórios sICAM e sVCAM foi realizada por ELISA a partir do sobrenadante celular. As células HEK-293, por não serem de origem endotelial, não expressam naturalmente as formas membranares dessas moléculas, sendo a presença das formas solúveis um indicativo indireto da inflamação no microambiente. RESULTADOS: A exposição de células HEK-293 a hipóxia por 48 horas reduziu a viabilidade e foi selecionada por representar um ponto de equilíbrio entre indução de injúria celular e manutenção de viabilidade suficiente para a avaliação de intervenções farmacológicas. O tratamento com inibidor SGLT2 (ISGLT2) elevou a viabilidade celular até a concentração de 10µM, com o melhor resultado em 1µM, quando comparado a reação em condições de normóxia e hipóxia. A hipóxia por 48 horas reduziu a viabilidade celular, sendo esse tempo escolhido como ponto de equilíbrio entre injúria e viabilidade mínima para testes. Em relação aos marcadores inflamatórios, observou-se aumento significativo de sICAM com o uso de iSGLT2, sugerindo uma possível ativação inflamatória. Já o sVCAM aumentou significativamente na hipóxia e manteve-se elevado com o tratamento, embora sem diferença estatística adicional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A avaliação exclusiva dos dois marcadores não foi suficiente para estabelecer conclusões robustas acerca do potencial farmacológico do ISGLT2. Assim, são necessários estudos adicionais, incluindo outros marcadores inflamatórios e redox, para uma caracterização mais abrangente dos efeitos biológicos da inflamação em pacientes que sofrem de ND.
PALAVRAS-CHAVE: Nefropatia Diabética; Estresse Oxidativo; Hipóxia; ISGLT2; Inflamação.
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