O PLANEJAMENTO CULTURAL SELECIONISTA NA OBRA DE B. F. SKINNER
INTRODUÇÃO: O planejamento cultural proposto por B. F. Skinner baseia-se no terceiro nível do modelo de seleção por consequências: a cultura. Planejar, nesse contexto,significa criar contingências que favoreçam práticas voltadas à sobrevivência cultural. Apesar das críticas que associam essa proposta à supressão da individualidade, Skinner defende que a variação é condição necessária para a emergência de novas práticas culturais. Ao criticar o modelo ocidental, marcado por punições, reforçadores imediatos e consumismo, propõe uma cultura orientada ao bem comum. O controle face a face, o acesso à arte e ao lazer e a educação como transmissor cultural compõem sua proposta de planejamento cultural. Assim, investigar o papel da variação nesse processo permite compreender os fundamentos éticos, políticos e educacionais do modelo skinneriano frente aos desafios atuais. OBJETIVOS: O objetivo geral foi mapear as teses sobre a noção de variação no contexto do planejamento cultural skinneriano; os objetivos específicos foram: identificar essas teses, conceituar os termos centrais e elaborar uma síntese interpretativa. MATERIAIS E MÉTODO: Nessa pesquisa, de natureza teórico-conceitual, realizou-se uma análise fundamentada nos compromissos filosóficos, epistemológicos e políticos das obras skinnerianas selecionadas. A análise baseou-se em três etapas: mapeamento das teses sobre variação em obras selecionadas; conceituação dos termos “plan”, “varia” e “cult” por meio de buscas textuais; e elaboração de uma síntese interpretativa a partir de fichamentos e categorização temática. RESULTADOS: Skinner entende o comportamento como resultado da seleção em três níveis: seleção natural, condicionamento operante e cultura. No nível cultural, práticas surgem de variações comportamentais e são mantidas pelas consequências que promovem a sobrevivência do grupo. A variação é necessária para a evolução e sobrevivência da cultura. Skinner propõe o planejamento cultural como forma de criar condições que favoreçam a variação e a seleção de práticas úteis. A diversidade precisa ser planejada. Sem variação, a cultura estagna e pode perecer. Assim, planejar a diversidade é garantir sua continuidade diante das mudanças sociais, ambientais e históricas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O planejamento cultural, na proposta skinneriana, não visa a uniformização, mas a promoção da diversidade. Em lugar de um modelo autoritário, Skinner propõe uma cultura guiada pelo valor da sobrevivência, sustentada por práticas planejadas para estimular a criatividade, a sensibilidade aos bens da cultura e a boa vida.
PALAVRAS-CHAVE: Planejamento cultural; Variação; Sobrevivência cultural; Educação; Skinner.
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