Logo PUCPR

O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA PELAS MÃOS DO ESTADO

GUEDES, Ellza Mayla dos Santos ¹; ALMEIDA, Dean Fabio Bueno de ²
Curso do(a) Estudante: Direito – Câmpus Toledo –
Curso do(a) Orientador(a): Direito – Escola de Direito – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A letalidade policial no Brasil persiste como prática estrutural voltada contra jovens negros das periferias urbanas, sustentada por normas permissivas, estigmas socioeconômicos e ausência de controle externo efetivo. Este relatório investiga como o racismo institucional molda a atuação das forças de segurança e influencia o sistema de justiça criminal, especialmente na valorização excessiva do testemunho policial como única prova em processos penais. Esse fenômeno é analisado à luz da biopolítica e necropolítica, evidenciando como o Estado decide quais corpos são protegidos e quais são descartados, regulando a vida enquanto legitima a morte seletiva. OBJETIVOS: A pesquisa analisa os impactos jurídicos e sociais da centralidade do depoimento policial, propondo medidas estruturantes como o uso obrigatório de câmeras corporais e a criação da Lei de Transparência e Responsabilização Policial (LTRP), que visam promover a imparcialidade, a responsabilização estatal e a justiça racial. MATERIAIS E MÉTODO: O trabalho foi desenvolvido utilizando o método hipotético – dedutivo, por meio de revisão de bibliografia de artigos científicos, livros, jurisprudência, análise de dados relacionadas ao tema, visando uma abordagem crítica e fundamentada. Os sujeitos dessa pesquisa são os servidores de segurança pública, em especial a Polícia Militar, e a população assistida por eles. RESULTADOS: Jovens negros entre 12 e 29 anos representam 82,7% das vítimas de letalidade policial. A exclusividade do depoimento policial compromete o contraditório e reforça estigmas raciais. A adoção de tecnologias como câmeras corporais mostrou redução de até 57% na violência institucional, comprovando sua eficácia probatória e preventiva. Constata-se que o Estado opera sob lógica da necropolítica ao legitimar a eliminação de corpos racializados, enquanto mobiliza o biopoder como instrumento de controle e regulação dos demais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Romper com a seletividade penal demanda uma reconstrução normativa e institucional orientada pela equidade racial, pela formação antirracista de agentes públicos e participação comunitária ativa. A LTRP propõe mecanismos de fiscalização, sanções administrativas em casos de obstrução de prova e divulgação sistemática de dados públicos. O estudo reafirma que a valorização da vida, da dignidade humana e dos direitos fundamentais constitui condição indispensável para a consolidação de uma justiça democrática e antirracista.

PALAVRAS-CHAVE: RACISMO INSTITUCIONAL; LETALIDADE POLICIAL; NECROPOLÍTICA; BIOPOLLÍTICA; JUVENTUDE NEGRA.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.

QUERO VOTAR NESTE TRABALHO

Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.