RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE MARMITAS E HABILIDADES CULINÁRIAS ENTRE ESTUDANTES DE CURSOS INTEGRAIS
INTRODUÇÃO: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis representam um dos principais desafios da saúde pública nas últimas décadas, reforçando a necessidade de mudanças no estilo de vida e na promoção de hábitos alimentares saudáveis. Diante disso, estratégias como a inclusão da Medicina Culinária em cursos da área da saúde têm sido adotadas, com o intuito de promover o desenvolvimento de habilidades culinárias e maior conhecimento nutricional entre futuros profissionais. Nesse cenário, o hábito de preparar e levar marmitas aparece como prática cada vez mais comum, sendo associada ao desejo de manter uma alimentação saudável e qualidade nutricional das refeições. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo geral analisar a relação entre as habilidades culinárias e o consumo de marmitas entre estudantes dos cursos de Medicina e Odontologia de uma instituição de ensino superior privada do Paraná. Especificamente, buscou-se avaliar as atitudes, comportamentos e autoeficácia culinária desses estudantes, além de compreender o perfil dos estudantes e do consumo de marmitas e sua possível associação com as habilidades presentes. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa foi dividida em duas etapas: uma revisão integrativa da literatura sobre o tema e a aplicação de um questionário online com 82 estudantes que levam marmitas para a universidade. Os instrumentos utilizados incluíram o Questionário Brasileiro de Habilidades Culinárias e Alimentação Saudável (QBHC) e um formulário com perguntas sociodemográficas e sobre os hábitos relacionados às marmitas. A análise estatística foi realizada utilizando os testes exato de Fisher e qui-quadrado, estabelecendo-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Os dados demonstraram que a maioria dos estudantes apresenta alta habilidade culinária (56,1%), especialmente no comportamento e na autoeficácia culinária, enquanto 75,6% relataram baixo conhecimento técnico em termos e técnicas culinárias. A maioria dos estudantes prepara suas próprias marmitas, sendo o principal motivo o custo (82,7%) e a saudabilidade (46,9%). Verificou-se relação estatisticamente significativa entre estudantes com alta habilidade culinária e três variáveis: maior frequência no consumo de marmitas contendo alimentos in natura e minimamente processados, maior preocupação com a qualidade nutricional das refeições e presença de aprendizado culinário prévio à entrada na universidade. A análise realizada com grupos de alto e médio conhecimento de termos e técnicas culinárias evidenciou associações estatisticamente significativas entre altos escores culinários e comportamentos alimentares mais saudáveis, como o consumo regular de vegetais e o preparo contínuo de marmitas por mais de um ano. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que existe uma relação positiva entre as habilidades culinárias e o hábito de levar marmitas, sendo ambos associados a comportamentos alimentares mais saudáveis. Esses resultados indicam a importância de incentivar o desenvolvimento de habilidades culinárias no ambiente universitário, seja por meio de disciplinas como a Medicina Culinária, seja por estratégias educativas que promovam maior engajamento dos estudantes com a alimentação e hábitos saudáveis, contribuindo assim para a prevenção das DCNT e para a formação de profissionais mais conscientes quanto à importância da nutrição na prática clínica e no cotidiano.
PALAVRAS-CHAVE: Universitários; Habilidades Culinárias; Marmita; Medicina Culinária; Comportamento Alimentar.
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