CONCEITOS E METODOLOGIAS DE ANÁLISE DA EQUIDADE DE ACESSO ÀS ÁREAS VERDES PÚBLICAS URBANAS PELA POPULAÇÃO DE CURITIBA
INTRODUÇÃO: Curitiba se destaca pela experiência inovadora em TOD (Transit-Oriented Development) e pela implantação de áreas verdes urbanas. Porém, enfrenta desafios relacionados com o declínio do uso do transporte público, alta taxa de motorização e emissões de GEE, e desigualdade de acesso. Apesar da presença de parques e praças, que contribuem para a saúde, o bem-estar e a mitigação de gases do efeito estufa, há desigualdade no acesso a esses espaços, pergunta-se: qual o efeito do planejamento de Curitiba no acesso da população às áreas verdes públicas? A análise relaciona a capacidade de acesso da população vulnerável a áreas de lazer vicinais em comparação com regiões centrais, considerando tempo, custo, conforto e infraestrutura, para compreender as condições de fruição. OBJETIVOS: O objetivo geral é desenvolver análise crítica dos efeitos das políticas de mobilidade de Curitiba na acessibilidade às áreas verdes. Os específicos consistem em aprofundar o conhecimento sobre acessibilidade urbana; compreender a aplicação de metodologias de avaliação na mobilidade e inclusão social; desenvolver metodologia de análise com coleta de dados; analisar resultados por indicadores de acessibilidade; e avaliar criticamente resultados, relacionando-os às políticas de mobilidade e uso do solo. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa iniciou com revisão de literatura sobre mensuração de acessibilidade e classificação de áreas verdes, especialmente quanto à contribuição socioambiental. Comparou-se a equidade de acesso a áreas vicinais e centrais, definindo como tipologias parques, bosques, praças e jardinetes. O protocolo metodológico reuniu dados de deslocamento entre terminais de transporte em áreas vulneráveis (Tatuquara, CIC e Sítio Cercado) e áreas verdes selecionadas (Parque Pinhal de Santana, Passeio Público, Bosque do Trabalhador, Parque Barigui, Parque Lago Azul e Jardim Botânico). Foram analisados trajetos a pé, ônibus, linhas disponíveis, distâncias e tempo total de deslocamento, além da comparação entre transporte coletivo e individual motorizado. RESULTADOS: As regionais foram classificadas em vulneráveis (Tatuquara e CIC), intermediária (Santa Felicidade) e privilegiada (Matriz), considerando renda e taxa de automóveis. No Tatuquara, a integração tarifária favorece o acesso central, mas pesa no orçamento das famílias, afastando o uso das áreas locais e incentivando o transporte individual. No CIC, o acesso ao Bosque do Trabalhador é favorecido pela proximidade, mas limitado por infraestrutura deficiente, enquanto o Parque Barigui, mais distante, demanda maior custo e tempo, mas oferece melhores condições. No Sítio Cercado, o tempo até o Lago Azul é semelhante ao do Jardim Botânico, revelando falta de incentivo ao parque vicinal. Os resultados evidenciam desigualdade no acesso, marcada por tarifas altas, baixa integração, múltiplas conexões e infraestrutura precária em áreas periféricas, contrastando com a oferta central. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo mostra que o planejamento urbano e os sistemas de transporte impactam diretamente a fruição das áreas verdes, sobretudo para populações periféricas. Barreiras como tarifas elevadas, baixa integração, linhas pouco frequentes e tempo de deslocamento reforçam a centralização do lazer e a competitividade do transporte individual. Além disso, há desigualdade na infraestrutura: parques centrais oferecem estrutura ampla, enquanto os periféricos carecem de investimentos. Conclui-se que a rede de transporte integrada privilegia deslocamentos produtivos (casa-trabalho), restringindo o acesso ao lazer e perpetuando desigualdades socioespaciais.
PALAVRAS-CHAVE: Mobilidade Urbana; Curitiba; Equidade de Acesso; Áreas Verdes Urbanas; ODS 11 – Cidades Sustentáveis.
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