ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL CARDIOLÓGICO E O SCORE DE CÁLCIO CORONARIANO DE PACIENTES DE UMA CLÍNICA PARTICULAR DE CURITIBA-PR
INTRODUÇÃO: A diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma condição multifatorial caracterizada por resistência à insulina, disfunção das células pancreáticas, dislipidemia aterogênica e inflamação crônica subclínica. Evidências crescentes indicam que processos inflamatórios de baixo grau e alterações no metabolismo lipídico contribuem para a disfunção glicêmica desde os estágios iniciais até os avançados da doença. OBJETIVOS: Investigar a associação entre marcadores de inflamação crônica subclínica, razão TG/HDL e os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) em adultos sem diagnóstico formal de DM2. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal realizado com pacientes adultos atendidos em uma clínica particular na cidade de Curitiba-PR. Foram extraídos de forma automática pelo sistema Clinic, dados clínicos, antropométricas e laboratoriais, com foco na relação entre TG/HDL, marcadores inflamatórios (PCR-us, VHS, leucócitos) e níveis de HbA1c. Após filtrados, os dados foram organizados em uma planilha de excel. Para análise estatística, utilizou-se o software SPSS v30. As variáveis quantitativas foram descritas por média, desvio padrão, mínimo e máximo e as categóricas, por frequência e percentual. Comparações entre as quantitativas e categóricas foram feitas com teste t de Student ou ANOVA com pós-teste de Bonferroni. As comparações entre variáveis categóricas usaram teste do Qui-quadrado ou exato de Fisher, com correção de Bonferroni para comparações múltiplas. Associações com HbA1c ≥5,7% foram avaliadas por regressão logística univariada e multivariada, com teste de Wald, estimando OR e IC95%. Adotou-se significância de p<0,05. O projeto foi aprovado no comitê de ética PUCPR, sob o CAAE nº 78927424.9.0000.0020. RESULTADOS: Dos 128.032 pacientes incluídos na pesquisa, 4140 pacientes compuseram a nossa amostra. Os resultados demonstraram associação progressiva entre elevação da HbA1c e aumento da razão TG/HDL, PCR-us, VHS e leucócitos. A média da TG/HDL foi de 2,7 no grupo HbA1c 3 em 30,4%, 34,1% e 55,6%, respectivamente (p<0,001). A PCR-us média aumentou de 1,4 para 3,7 mg/L entre os extremos de HbA1c, com PCR-us ≥3 mg/L em 10,1%, 13,1% e 26,8% (p<0,001). O VHS subiu de 10,8 para 17,1 mm/h, com ≥20 mm/h em 15,1%, 24,4% e 30,4% (p<0,001). Leucócitos ≥8000/mm³ foram observados em 12%, 14,7% e 23,6% dos pacientes conforme a elevação da HbA1c (p3 OR=1,29(1,11-1,51), VHS ≥20 mm/h OR=1,34(1,12-1,60), leucócitos ≥8000/mm³ OR=1,27(1,04-1,55), IMC ≥30 kg/m² OR=1,96(1,62-2,38) e idade ≥60 anos OR=6,26(5,21-7,53), enquanto a PCR-us perdeu significância após os ajustes (p=0,191). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A razão TG/HDL e marcadores inflamatórios se associam de forma consistente com a elevação dos níveis de HbA1c, especialmente a partir da faixa de pré-diabetes. Estudos longitudinais são recomendados para confirmar o valor preditivo desses achados.
PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus Tipo 2; Síndrome Metabólica; Biomarcadores; Resistência à Insulina; Doenças Cardiovasculares.
Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.