A ARTE SACRA DE RUBERVAL MONTEIRO DA SILVA
INTRODUÇÃO: A presente pesquisa tem por objeto o processo de renovação operado pelo artista sacro, teólogo e monge beneditino Ruberval Monteiro da Silva. Este estudo busca entender como a arte sacra se adaptou às reformas litúrgicas do Concilio Vaticano II. A Constituição Sacrosanctum Concilium enfatizou a centralidade do mistério pascal, a necessidade de propiciar a participação ativa dos fiéis e ofereceu os princípios para empreender as reformas litúrgicas do espaço celebrativa, da música e da arte cristã. Pode-se dizer que no contexto da Igreja no Brasil, Dom Ruberval, ao lado de outros artistas como Claudio Pastro, realizaram uma recepção artística do Vaticano II que pode ser constatado pela proposição por meio da arte nos espaços litúrgicos uma recepção criativa do Concílio Vaticano II. OBJETIVOS: O objetivo geral, portanto, desta pesquisa foi a de analisar a obra de Ruberval Monteiro da Silva no contexto da arte sacra contemporânea latino-americana, identificando suas características estilísticas, temáticas e seu significado teológico e cultural, à luz das reformas pós-Concílio Vaticano II. MATERIAIS E MÉTODO: A construção desta pesquisa envolveu uma metodologia qualitativa, fundamentada na revisão da literatura e na análise iconográfica e documental da produção de Dom Ruberval Monteiro da Silva a partir da metodologia das artes visuais proposta por Roose. RESULTADOS: O mural do Cristo Pantocrator colocado no espaço do Mosteiro da Ressurreição, em Ponta Grossa (PR), representa uma fusão entre tradição e inovação e mostra a preocupação em corresponder aos princípios da renovação litúrgica do Vaticano II. Nota-se que há uma relação profunda entre teologia, arte e espiritualidade. Pela análise da pintura do Cristo na capela do Mosteiro pode-se afirmar que Dom Ruberval se insere em uma tradição de artistas sacros pós-conciliares que buscam renovar a arte litúrgica a partir de um olhar inculturado, teologicamente fundamentado e pastoralmente comprometido. Sua obra aparece, assim, como expressão concreta da aplicação dos princípios do Concílio Vaticano II no campo da arte e da arquitetura sacra na América Latina. A vocação artística de Dom Ruberval, que se manifestou durante seu noviciado, resultou em diversas obras notáveis na América Latina e Europa, incluindo murais, vitrais e mosaicos. Sua arte reflete um profundo engajamento e conexão das tradições ocidental e oriental, especialmente do românico e da iconografia oriental. A integração de sua vida monástica, pesquisa teológica e criação artística o torna um modelo para a formação de monges e estudiosos. Os resultados parciais da pesquisa reforçam essa visão, confirmando que a arte sacra na América Latina, por meio da atividade artística de Dom Ruberval permite ressignificar a tradição religiosa, promovendo uma fecunda reflexão sobre a necessidade de cuidado pastoral nas proposições do mapa iconográfico das capelas, igrejas e catedrais, pois eles são mapas de orientação para a fé dos fieis. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A arte sacra de Ruberval Monteiro da Silva representa uma profunda síntese entre fé, tradição e sensibilidade estética contemporânea. Suas obras transcendem a mera representação visual, tornando-se verdadeiras experiências espirituais que dialogam com a liturgia e conduzem o fiel ao mistério do sagrado.
PALAVRAS-CHAVE: Arte sacra; Ruberval Monteiro da Silva; Concílio Vaticano II; Arte mural; América Latina.
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