MULHERES AMERÍNDIAS, SUA VISÃO E SUA VOZ PERANTE A SOCIEDADE
INTRODUÇÃO: Esta pesquisa examina o protagonismo feminino indígena no contexto do xamanismo e na relação com a sociedade ocidental, ressaltando como lideranças mulheres desafiam estruturas tradicionais e ressignificam papéis de gênero. Fundamentada no perspectivismo ameríndio, a investigação parte do reconhecimento de que, mesmo em sistemas cosmológicos próprios, o protagonismo masculino é predominante, resultando na invisibilidade de figuras femininas como xamãs. OBJETIVOS: Analisar como mulheres indígenas atuam como líderes espirituais, culturais e políticas; compreender os desafios que enfrentam no reconhecimento de seus saberes; e identificar como sua atuação conecta tradição e contemporaneidade na defesa de direitos e saberes ancestrais. MATERIAIS E MÉTODO: A metodologia combinou revisão bibliográfica, análise documental e estudo de materiais audiovisuais. Foram consultadas obras de referência sobre perspectivismo e xamanismo, entrevistas e documentários sobre lideranças como Same Putumi (Huni Kuin) e Kerexu Yxapyry (Guarani Mbya), além de registros e reportagens sobre a Marcha das Mulheres Indígenas. RESULTADOS: A interpretação do material coletado revelou que, embora o papel de xamã seja historicamente associado a homens, mulheres têm conquistado legitimidade como autoridades espirituais e políticas, promovendo a preservação de saberes ancestrais e fortalecendo a coesão comunitária. Movimentos como a Marcha das Mulheres Indígenas emergem como marcos de mobilização, articulando espiritualidade, ativismo e alianças interétnicas, reafirmando o vínculo entre corpo e território, cosmologia e luta social. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O protagonismo feminino indígena transcende o espaço ritualístico e se afirma como força transformadora no campo político e social, propondo uma ética baseada no cuidado, na reciprocidade e na defesa da vida. Ao integrar tradição e contemporaneidade, essas lideranças demonstram que a espiritualidade indígena é também um campo de disputa política e que o saber ancestral feminino é fundamental para repensar as relações humanas e ambientais no Brasil contemporâneo.
PALAVRAS-CHAVE: Perspectivismo ameríndio; Xamanismo; Protagonismo feminino; Mulheres indígenas; Representatividade política.
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