IMPACTO DA PANDEMIA DO COVID-19 NO ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE MAMA

INTRODUÇÃO: A pandemia do COVID-19 levou a restrições sanitárias para sua contenção, como a interrupção das mamografias de rastreio, o que atrasou diagnósticos de câncer de mama e trouxe risco de pior prognóstico para as pacientes. O estadiamento patológico é ma importante ferramenta para se estabelecer, com as informações clínicas, o estadimento clínico, classificação importante para o tratamento e o acompanhamento longitudinal dos resultados. OBJETIVOS: Verificar o impacto do atraso do diagnóstico durante a pandemia de COVID-19 no estadiamento do câncer de mama em hospital de referência oncológica no Paraná. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo é observacional, retrospectivo, descritivo, comparativo realizado no Hospital Erasto Gaertner. Foram coletadas informações histopatológicas do tumor, curso da doença e desfecho de pacientes do hospital com diagnóstico de câncer de mama entre 2018 a 2021. Excluídas pacientes que não possuíam prontuário completo, sem dados da peça cirúrgica ou biópsia. A amostra foi dividida em grupo pré-pandêmico (2018-2019) e durante pandemia (2020-2021) RESULTADOS: Foi obtido uma amostra final de 1525. No período da pandemia, houve uma porcentagem de pTis, pT0 e pT1 correspondente a 61,4%, em comparação 53% do período pré-pandêmico. Não houve alterações significativas no tamanho tumoral em milímetros. Porém, houve um maior número de metástases, recidivas e tratamento paliativo durante a pandemia, apesar de não ter alterado a sobrevida global das pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar de não ter sido visualizadas piora do estadiamento patológico, a pandemia impactou no estadiamento clínico, no tratamento do câncer e no desfecho das pacientes. Serão necessários mais estudos para compreender melhor o impacto da pandemia sobre esta população oncológica a longo prazo.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer de mama; Estadiamento patológico; Estadiamento clínico; COVID-19; Subtipo molecular.