ESPAÇO, POESIA E RESISTÊNCIA: A ANTROPOLOGIA URBANA COMO PALCO DAS BATALHAS DE SLAM NO BRASIL
INTRODUÇÃO: Este trabalho parte da perspectiva da antropologia urbana para investigar como o espaço geográfico, simbólico e social influência nas rodas de Slam no Brasil. Partindo do conceito de “circuitos culturais urbanos”, proposto por José Guilherme Cantor Magnani, busca-se compreender de que forma os poetas que participam dessas rodas constroem seus discursos a partir das realidades que vivenciam em seus territórios. OBJETIVOS: O objetivo principal é analisar como o contexto urbano afeta diretamente as performances poéticas nas rodas de Slam. A pesquisa pretende observar como o local onde o Slam acontece molda os temas, as emoções e os posicionamentos dos poetas, considerando aspectos sociais, políticos, raciais e de gênero presentes nas periferias urbanas brasileiras. MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base em autores como Magnani, Maria Alice Sabino, Roberta Estrela D’Alva, Daniela Freitas e outros que estudam o Slam e a cultura urbana. Também foram utilizados documentários e registros de batalhas de poesia falada. A metodologia é qualitativa, com foco na análise de produções acadêmicas e culturais que abordam as rodas de Slam em diferentes regiões do país. RESULTADOS: A partir das análises, percebeu-se que as rodas de Slam funcionam como espaços de resistência simbólica e ocupação política do território urbano. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Sobral foram observadas como cenários distintos onde o Slam se desenvolve de maneira singular, refletindo as experiências sociais dos participantes. As performances poéticas carregam marcas de gênero, raça, classe e vivências pessoais, e estabelecem pontes de diálogo entre poetas e público. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O Slam, mais do que uma prática artística, revela-se como uma ferramenta potente de afirmação identitária, crítica social e reconstrução coletiva de narrativas. Ao dar visibilidade a vozes historicamente marginalizadas, essas rodas reafirmam o espaço público como território de escuta, de presença e de disputa simbólica. O estudo aponta para a importância de se pensar a cidade não apenas como estrutura física, mas como palco ativo de manifestações culturais e políticas.
PALAVRAS-CHAVE: Antropologia urbana; Espaço público; Poesia marginal; Performances; Resistência cultural.
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