PADRONIZAÇÃO DE EXAME IMUNOCITOQUÍMICO PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO MASTOCITOMA CUTÂNEO CANINO
INTRODUÇÃO: O mastocitoma cutâneo é uma das neoplasias cutâneas mais comuns em cães, representando cerca de 20,9% a 22,4% dos casos neoplásicos. Apesar de haver predisposição racial, a variação no comportamento biológico exige métodos diagnósticos precisos. A classificação histológica de Patnaik (1984) e o sistema de Kiupel (2011) são amplamente utilizados, mas a associação com métodos imunológicos, como a imunohistoquímica (IHC) e a imunocitoquímica (ICC), pode melhorar a acurácia diagnóstica e prognóstica. A ICC, em especial, pode fornecer diagnóstico precoce e auxiliar na determinação do grau tumoral, mas ainda há escassez de literatura sobre sua aplicação veterinária. OBJETIVOS: Analisar a aplicabilidade da imunocitoquímica no diagnóstico e prognóstico de mastocitomas cutâneos em cães. Validar o uso da ICC para diagnóstico e prognóstico. Avaliar a sensibilidade e especificidade da ICC. Comparar os resultados da ICC com os da IHC. MATERIAIS E MÉTODO: Foram incluídos 10 cães com mastocitoma cutâneo, distribuídos em dois grupos segundo a graduação histológica. Foram realizados exames clínicos, citologia por PAAF, exames de imagem e exérese tumoral com análise histopatológica e imunohistoquímica. As classificações histológicas seguiram Patnaik (1984) e Kiupel (2011). A IHC foi realizada com os marcadores Ki67, CD117 (KIT), triptase e VEGF. Apesar da previsão metodológica, a ICC não pôde ser realizada por problemas técnicos. RESULTADOS: A população estudada foi composta por diferentes raças, com predominância de fêmeas e localização tumoral mais frequente na região mamária. A citologia revelou degranulação de mastócitos em todos os casos e binucleação/multinucleação em 40% das amostras. Na comparação entre métodos de graduação, segundo Camus (2016), 57,1% dos casos foram baixo grau e 42,9% alto grau, enquanto Patnaik e Kiupel classificaram todos como baixo grau/grau 2. A IHC para Ki67 indicou proliferação elevada (>23 células positivas/5 HPF) em 50% dos casos. Quanto ao padrão de KIT, mastocitomas de alto grau exibiram predominantemente localização citoplasmática focal ou difusa, padrão associado a comportamento mais agressivo. A ausência da ICC impossibilitou a comparação direta entre técnicas, mas os dados reforçam a utilidade da IHC na caracterização prognóstica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: IHC se mostrou eficiente na determinação de parâmetros prognósticos importantes, como índice proliferativo e padrão de KIT. Embora a ICC não tenha sido aplicada, o protocolo estabelecido poderá ser usado em estudos futuros para verificar sua aplicabilidade e relação com achados histológicos. A integração entre métodos citológicos, histológicos e imunológicos continua sendo fundamental para o diagnóstico e manejo de mastocitomas cutâneos em cães
PALAVRAS-CHAVE: Mastocitoma; Citologia; Imunohistoquímica; Cães.
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