PERCEPÇÃO ESTUDANTIL QUANTO AO MODELO E PROCESSO DEACREDITAÇÃO EM ESCOLAS MÉDICAS
INTRODUÇÃO: A acreditação de escolas médicas é reconhecida como uma estratégia essencial para garantir a qualidade da formação médica. No entanto, a forma como os estudantes compreendem e avaliam os critérios utilizados nesse processo ainda é pouco conhecida OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo analisar a percepção de estudantes de medicina sobre os critérios de acreditação de escolas médicas, explorando como essa percepção se relaciona com sua avaliação da qualidade da formação recebida. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, qualitativo analítico, realizado com 84 estudantes de medicina de diferentes períodos do curso. Foi aplicado um questionário estruturado com itens relacionados à qualidade do ensino e suporte estudantil. A análise incluiu estatísticas descritivas, análise fatorial exploratória e testes não paramétricos de associação entre os fatores extraídos e variáveis sociodemográficas. Após, foi realizado grupo focal para aprofundamento da temática. RESULTADOS: Os escores das duas dimensões do questionário apresentaram uma consistência interna satisfatória, escore da dimensão qualidade de ensino apresenta alfa de Cronbach de 0,757 e o escore da dimensão suporte estudantil apresenta um alfa de 0,71. Suporte estudantil foi mais valorizado por estudantes do gênero feminino (p = 0.0029). Não foram observadas diferenças significativas por idade, representação estudantil ou período do curso. A análise qualitativa complementou esses achados ao destacar a importância da prática precoce, da presença docente ativa e do acolhimento institucional na construção de um ambiente formativo ético e seguro CONSIDERAÇÕES FINAIS: A conclusão aponta que, embora muitos elementos essenciais estejam presentes na estrutura curricular, sua efetividade depende do alinhamento com a cultura institucional e da forma como são vivenciados pelos estudantes. Os achados evidenciam também que a experiência formativa é influenciada por fatores subjetivos e contextuais, incluindo aspectos do currículo oculto e desigualdades no acesso a oportunidades. O estudo reforça, assim, a relevância de considerar a experiência discente como um componente legítimo na avaliação da qualidade da formação médica e como subsídio para o aprimoramento de práticas pedagógicas, políticas institucionais e processos de acreditação mais sensíveis às necessidades reais dos estudantes.
PALAVRAS-CHAVE: Educação médica; Estudante; Acreditação; Qualidade.
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