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VIOLÊNCIA E REVOLUÇÃ: ENTRE O HUMANISMO E O TERROR

BOCH, Lara Beatriz ¹; FALABRETTI, Ericson Savio ²
Curso do(a) Estudante: Psicologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Filosofia – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A pesquisa parte do romance Zero e o Infinito de Arthur Koestler, e das reflexões de Merleau-Ponty em Humanismo e o Terror para discutir como regimes totalitários podem aniquilar subjetividades em nome das ideias do partido. Assim como nas prisões políticas, o manicômio surge como extensão dessa lógica de violência, operando como dispositivo de exclusão de sujeitos considerados desviantes, sejam em celas ou em camisas de força. A luz de Frantz Fanon, a pesquisa utiliza do conceito de violência atmosférica, sendo invisível aos olhos mas presente em toda a relação sujeito-sociedade. Discute-se também, como o contexto social pode contribuir na criação de sintomas e na segregação de indivíduos presos, em nome do cuidado, em instituições de poder OBJETIVOS: A pesquisa tem como objetivo principal analisar a abordagem de Merleau-Ponty sobre a violência e a política, buscando distinguir as faces da violência e sua presença intrínseca na sociedade. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa é de natureza teórica e fundamenta-se em revisão de literatura, utilizando como principais referências: Arthur Koestler, Merleau-Ponty, Franco Basaglia e Frantz Fanon. Articulou-se o conceito de violência atmosférica de Fanon aos regimes políticos e instituições manicomiais, evidenciando a violência como dispositivo de controle RESULTADOS: O livro Zero e o Infinito expôs a repressão totalitária no encarceramento de Rubashov e a destituição do seu “eu”, servindo como ponte para relacionar outras formas de aprisionamento. Merleau-Ponty evidenciou a violência como intrínseca na política e na história, não sendo passível de não praticá-la, mas escolher com qual deseja compactuar. A obra de Fanon também fundamentou está pesquisa ao apresentar a violência como fenômeno atmosférico, uma condição estrutural impregnada no cotidiano que opera como campo de forças moldando corpos, espaços e relações. Na perspectiva manicomial, essa violência atua como forma de aniquilação de subjetividades, negando a liberdade de sujeitos estigmatizados pela loucura. Basaglia complementa essa leitura ao denunciar o manicômio como local onde o indivíduo deixa de ser pessoa para se tornar “coisa”, legitimando práticas de exclusão sob o pretexto da segurança. Assim, os resultados indicam que a violência não é apenas física, mas estrutural e simbólica, que molda corpos, subjetividades e discursos CONSIDERAÇÕES FINAIS: Concluiu-se que a violência é um fenômeno constante, muitas vezes invisível, mas que possui impacto físico e subjetivo, através do dispositivo atmosférico presente em toda a relação de um sujeito com o outro em sociedade, em nome, muitas vezes, da segurança e do controle, como visto em instituições de poder. Por isso, torna-se essencial desvelar tais dispositivos, especialmente no contexto manicomial onde sujeitos são destituídos de sua subjetividade.

PALAVRAS-CHAVE: Violência atmosférica; Subjetividade; Manicômio; Totalitarismo; Frantz Fanon.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.

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