ARTE COMO RESISTÊNCIA CRÍTICA NO BRASIL DOS ANOS 1960: ENCONTRO DA CANÇÃO E DO TEATRO NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA DE EDU LOBO
INTRODUÇÃO: No contexto dos anos 1960, muitos músicos jovens articularam suas criações artística a grupos de teatro e produções cinematográficas, gerando um diálogo potente entre as linguagens artísticas de cunho engajado. OBJETIVOS: O presente estudo enfoca a produção artística de Edu Lobo, analisando como suas composições se integraram ao teatro político e à música de resistência no Brasil durante o regime civil militar. O foco principal recai sobre a peça Arena Conta Zumbi (1965), escrita por Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, com trilha sonora composta por Edu Lobo, destacando o papel da arte como forma de protesto, conscientização social e problematização da realidade. MATERIAIS E MÉTODO: Para alcançar esse objetivo, desenvolvemos nossa análise sob a perspectiva dialética materialista de Walter Benjamim e Raymond Williams, analisando as articulações entre a arte e a sociedade. Por meio da pesquisa bibliográfica, foi possível verificar que a música popular brasileira (MPB) e o Teatro de Arena de São Paulo consolidaram um diálogo potente, o qual buscava conscientizar o público sobre as injustiças político-sociais do passado e do presente. RESULTADOS: A trajetória de Edu Lobo é analisada sob essa perspectiva, apresentando sua transição da bossa nova para uma postura mais engajada, com canções como Arrastão, Ponteio e Canção da Terra, que criticavam a repressão e exaltavam a luta popular. A canção Zambi é aqui estudada como símbolo da resistência negra, evocando a ancestralidade africana e a luta dos quilombos como metáfora da luta contra a opressão do regime militar no Brasil. O trabalho também discute as contradições entre a arte engajada e a indústria cultural, a qual ao mesmo tempo ampliou o alcance da mensagem política e transformou a arte em produto comercial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa destaca, por fim, o papel transformador da arte e seu poder de mobilização, principalmente através da integração entre música e teatro, como estratégia de resistência coletiva. Reconhece, ainda, a importância de dar visibilidade à produção de Edu Lobo, figura central na criação de músicas que articulam heranças brasileiras, qualidade estética e engajamento político, um músico que é memória viva e crítica no Brasil contemporâneo.
PALAVRAS-CHAVE: Edu Lobo; Teatro político; Arena conta Zumbi; Teatro de Arena; Ditadura civil-militar.
Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.