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PERCEPÇÕES DE PACIENTES COM DÔR CRÔNICA SOBRE A QUALIDADE DO SONO: UM ESTUDO LONGITUDINAL

FERREIRA, João Victor Nascimento ¹; MAYER, Fernanda Brenneisen ²; GONCALVES, Patricia Carla Zanelatto ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A importância em avaliar a qualidade do sono em pacientes com dor crônica é alta, visto que, ela tem grande impacto na qualidade de vida desses pacientes. Aproximadamente 73-75% dos pacientes que vivem com dor crônica referem dificuldades em dormir de forma apropriada. Resultando em uma cascata de prejuízos para a saúde mental e física. Ampliando sintomas como a própria dor e desencadeando morbidades como depressão e ansiedade. OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo avaliar as percepções de pacientes com dor crônica sobre a qualidade do sono longitudinalmente. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo com desenho transversal, unicêntrico, retrospectivo (2023) e prospectivo (2025), envolvendo uma amostra conveniente de pacientes atendidos no Ambulatório Acadêmico Interprofissional para Manejo da Dor e de estudantes da Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A condição clínica de dor crônica foi classificada de acordo com diretrizes da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) e pela Classificação CID-11 da Organização Mundial da Saúde. Foram utilizados o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) e a Escala de Sonolência Diurna de Epworth na versão validada em português no Brasil. RESULTADOS: A amostra foi composta por seis pacientes com dor crônica, 2 (33,3%) do sexo masculino e 4 (66,7%) do sexo feminino. A média do escore global do PSQI- BR em 2023 foi 13,83  5,91 e do PSQI-BR em 2025 foi 17,50  3,56, sem significância estatística t(5) = -1.185, df = 5, p = 0.289, embora a média tenha aumentado em 2,5 pontos, indicando piora da qualidade do sono. O tamanho de efeito foi moderado (Cohen’s d = -0.48; Hedges’ g = -0.40), mas o intervalo de confiança de 95% incluiu zero (de -7.92 a 2.92), sugerindo que, apesar da magnitude, a diferença pode ser atribuída ao pequeno tamanho amostral. O domínio Latência do Sono apresentou aumento estatisticamente significativo (p = 0.003, efeito muito grande) e não houve diferenças nos demais domínios do PSQI-BR. A média do escore total do Epworth de 2023 foi 7.50 ± 5.01 e de 2025 foi 9.83 ± 7.36 com correlação entre as medidas pareadas bai e não significativa (r = 0.138, p = 0.794) sem diferença estatisticamente significativa entre médias dos escores totais de 2023 e 2025 t(5) = -0.688, p=0.522. A análise individual por paciente demonstrou três pacientes com aumento, incluindo um caso de sonolência diurna grave. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados do estudo indicaram uma tendência geral de piora na qualidade do sono dos pacientes com dor crônica ao longo do período entre 2023 e 2025 sugerindo maior dificuldade dos pacientes para iniciar o sono e aumento da sonolência diurna para alguns pacientes. Evidencia-se a estreita relação entre dor crônica e prejuízos no sono corroborando com as evidências descritas na literatura, reforçando fundamentos para práticas clínicas de cuidado integrado da dor e o sono que considerem além da intensidade da dor, a latência do sono, sonolência diurna, fatores psicossociais e comportamentais.

PALAVRAS-CHAVE: Dor crônica; Qualidade do sono; Latência do sono; Sonolência excessiva diurna; Insônia.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

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