RELAÇÃO DO SOFRIMENTO MENTAL EM ESTUDANTES DA ÁREA DE SAÚDE E PERCEPÇÃO SOBRE A REDE DE APOIO FAMILIAR
INTRODUÇÃO: Sofrimento mental em estudantes universitários da área da saúde é um fenômeno de alta prevalência e preocupação crescente, frequentemente relacionado à ansiedade e à depressão. Fatores individuais e contextuais podem influenciar essa vulnerabilidade, destacando-se o suporte familiar como potencial recurso protetivo ou reativo. OBJETIVOS: Investigar a relação entre o sofrimento mental e a percepção do suporte familiar em estudantes da Escola de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – EMCV-PUCPR. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal, com amostra voluntária de estudantes matriculados no curso de Medicina e Ciências da Vida. Os dados foram coletados por meio de questionário sociodemográfico, o SelfReporting Questionnaire (SRQ-20), o Inventário de Ansiedade Traço-Estado de Spielberger (IDATE), o Inventário de Depressão de Beck (IDB) e o Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF). A coleta de dados ocorreu entre setembro de2024 e junho de 2025. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencialcom o SPSS versão 31.0.0.0. RESULTADOS: Participaram 186 estudantes, com média de idade de 22,3 anos, sendo 75,2% do sexo feminino. O suporte familiar foi classificado como baixo em 29,6%, moderado em 52,2% e alto em 18,3% da amostra. Observou-se associação estatisticamente significativa entre sofrimento mental (SRQ-20) e suporte familiar (p=0,042), bem como entre sintomas depressivos (IDB) e suporte familiar (p=0,006). Destaca-se que estudantes com sofrimento mental e sintomas depressivos moderados a graves relataram maior proporção de alto suporte familiar, sugerindo queo apoio pode ser percebido de forma mais intensa em situações de maior adoecimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo evidenciou que o suporte familiar se relaciona ao sofrimento mental e à depressão em estudantes da área da saúde, mas não atua de forma linear como fator protetivo. Em alguns casos, a percepção de maior suporte esteve associada a níveis mais elevados de sofrimento, possivelmente refletindo uma resposta reativa da família ao adoecimento. Esses achados reforçam a importância de estratégias institucionais que complementem o apoio familiar, promovendo cuidado integral e prevenção de agravos à saúde mental dos estudantes.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde mental; Estudantes universitários; Sofrimento psíquico; Suporte familiar; Ansiedade e depressão.
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