ASSOCIAÇÃO DA QUALIDADE DE SONO, SONOLÊNCIA DIURNA E AS VIAS E DURAÇÃO DE PARTO
INTRODUÇÃO: Alterações hormonais, anatômicas e metabólicas durante a gestação impactam significativamente o ciclo sono-vigília, podendo gerar piora na qualidade do sono, sonolência diurna e maior risco de complicações obstétricas. Essas mudanças, somadas a fatores como cronotipo e condições socioeconômicas, influenciam a duração, profundidade e eficiência do sono materno. Evidências indicam que gestantes em situação de vulnerabilidade social apresentam pior qualidade do sono, independentemente de outros fatores clínicos. No entanto, são escassos os estudos que avaliam de forma integrada a relação entre perfil socioeconômico, cronotipo, sonolência diurna e qualidade do sono durante a gestação OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo analisar o perfil de cronotipo, sonolência diurna e qualidade do sono em gestantes atendidas em unidade básica de saúde, avaliando sua associação com variáveis sociodemográficas MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional, transversal, realizado na UBS Campina do Siqueira, Curitiba-PR, entre abril de 2024 e junho de 2025, com gestantes de baixo, médio e alto risco, entre 18 e 40 anos, cadastradas no Programa Mãe Curitibana. Foram utilizados questionários validados: Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI-BR) para qualidade do sono, Escala de Sonolência de Epworth (ESE) para sonolência diurna, e o Questionário de Matutinidade-Vespertinidade (MEQ) e o Questionário de Munique (MCTQ) para avaliação do cronotipo. RESULTADOS: A amostra analisada foi composta por 12 gestantes, com predominância de escolaridade de ensino médio completo (50%; n=6), estado civil casado (66,67%; n=8) e etnias branca e parda (83,34%). A sonolência diurna esteve ausente em 58,33% (n=7) das participantes e presente em 41,67% (n=5). Quanto à qualidade do sono, 50% (n=6) relataram sono “bom”, 33,33% (n=4) “ruim” e 8,33% (n=1) “muito bom” e “muito ruim” respectivamente. O cronotipo foi predominantemente “definitivamente matutino” (50%; n=6), seguido por “mais matutino que vespertino” (25%; n=3), “mais vespertino que matutino” (16,67%; n=2) e “definitivamente vespertino” (8,33%; n=1). A análise estatística pelo teste exato de Fisher não revelou associações significativas entre sonolência diurna, qualidade do sono e cronotipo. Entretanto, houve associação significativa entre estado civil e qualidade do sono (p=0,0303), com gestantes casadas apresentando maior proporção de sono classificado como “bom”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os achados reforçam que variáveis socioeconômicas e de saúde podem influenciar parâmetros de sono durante a gestação. A identificação precoce desses perfis permite intervenções direcionadas no pré-natal, visando minimizar riscos e melhorar a qualidade de vida materna e fetal.
PALAVRAS-CHAVE: Perfil socioeconômico; Sono, gestantes; Qualidade de sono; Sonolência.
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