LEMBRAR PARA RESISTIR: ANÁLISE LITERÁRIA DO CONTEXTO DITATORIAL BRASILEIRO E CHILENO NAS OBRAS SOLIDÃO CALCINADA E JAMAIS FOGO NUNCA
INTRODUÇÃO: O artigo analisa o cenário atual da América Latina, onde cresce a influência da extrema direita. Nesse contexto, o artigo propõe estudar a representação da ditadura militar em duas obras: “Solidão calcinada” (2009), da brasileira Bárbara Lia, e “Jamais fogo nunca” (2017), da chilena Diamela Eltit. A pesquisa foca em produções latino-americanas, de autoria feminina e publicadas no período pós-ditatorial, utilizando referenciais históricos (Motta, Napolitano, Winn), de gênero (Pedro e Wolff; Collins e Bilge) e de análise literária (Eagleton). O texto ressalta que a leitura literária, sobretudo de temas como as ditaduras, tornou-se rara. Investigar essa literatura é um ato de resistência e uma contribuição para manter viva a lembrança em tempos de ameaças autoritárias. OBJETIVOS: O estudo tem como objetivo geral analisar e relacionar o contexto das ditaduras brasileira e chilena e a situação do corpo feminino nesses períodos com as obras supracitadas. Entre os objetivos específicos, estão: examinar os dois romances; aprofundar o estudo histórico das ditaduras e do movimento feminista nos dois países; identificar elementos comuns nas obras; discutir a vulnerabilidade do corpo feminino em contextos de violência; e investigar a memória como forma de resistência. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa teve como atividade central a leitura de livros e artigos selecionados no projeto. Nos primeiros meses, foram lidos os romances mencionados. Em seguida, foram estudados livros de história do Brasil, do Chile e da América Latina, além de coletâneas de artigos sobre gênero, feminismo e ditaduras no Cone Sul. Essa etapa permitiu selecionar trechos relevantes. Por fim, foi realizada a análise e a escrita do artigo para o PIBIC. RESULTADOS: O capítulo apresenta os resultados da pesquisa sobre romances e ditaduras no Brasil e no Chile, divididos em quatro tópicos principais. No romance brasileiro Solidão Calcinada, de Bárbara Lia, acompanha-se a vida da jornalista Bárbara e de mulheres de sua ancestralidade, todas enfrentando a solidão e os efeitos da ditadura militar, como tortura, prisões políticas e perseguições, refletindo os impactos do AI-5 e do regime sobre a sociedade. O texto contextualiza a ditadura brasileira, destacando a participação da sociedade civil, o alinhamento da imprensa, a repressão universitária e os métodos de tortura. Já no romance chileno Jamais fogo nunca, de Diamela Eltit, a narrativa se concentra na vida de um casal militante em um espaço restrito, refletindo o medo e a repressão durante a ditadura militar chilena, marcada pela violência e pelo controle institucional de Pinochet. A discussão compara os romances, evidenciando diferenças de estilo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise permitiu identificar semelhanças e diferenças entre os romances e as ditaduras retratadas. Ambos os livros mostram o lado sombrio desses períodos, com exemplos de tortura, violência e opressão. As diferenças incluem a manutenção de Pinochet como figura central no Chile, enquanto no Brasil não houve liderança única durante a ditadura. A pesquisa reforça a importância da literatura para compreender experiências históricas não vivenciadas pela juventude atual. Espera-se que esse estudo contribua para refletir sobre períodos esses períodos sombrios
PALAVRAS-CHAVE: Ditadura cívico-militar; Brasil; Chile; Feminino; Literatura.
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