ESTUDO ANALÍTICO ENTRE A DEPENDÊNCIA QUÍMICA E O TRASNTORNO DEPRESSIVO MAIOR EM CENTRO DE REFERÊNCIA
INTRODUÇÃO: A depressão e a dependência química são duas condições de alta prevalência e impacto na saúde pública. Evidências apontam para uma interação complexa entre essas comorbidades, o que pode prejudicar a adesão ao tratamento e aumentar as taxas de reinternação psiquiátrica. OBJETIVOS: Avaliar a correlação entre uso de substâncias psicoativas (dependência química) e o transtorno depressivo maior (TDM) em pacientes de um centro de referência psiquiátrico. Além de descrever o perfil clínico-epidemiológico de pacientes que realizaram internações por transtorno depressivo maior na clínica Heidelberg, reconhecendo a frequência de reinternações e as principais diferenças entre internações voluntárias e involuntárias. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, analítico e transversal realizado na Clínica Heidelberg – Curitiba. Os dados coletados foram de pacientes internados por transtorno depressivo maior entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022 e colocados em uma planilha no software Microsoft Excel. Posteriormente foi utilizada a plataforma Epiinfo e o programa computacional IBM SPSS Statistics v.29.0.0. RESULTADOS: Foram analisados 453 prontuários. Em relação ao CID do transtorno depressivo maior (F32), usamos a subdivisão do CID F32: CID F32.0, CID F32.1, CID F32.2, CID F32.3, CID F32.8 e CID F32.9. (Tabela 2). Frente a essa divisão, o CID mais prevalente foi o F32.0 (Episódios depressivos) com 313 representantes (69,03%), seguido do F32.2 (Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos) com 90 representantes (19,91%), F32.1 (Episódio depressivo moderado) com 31 representantes (6,85%) e F32.3 (Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos) com 19 representantes (4,20%). Não tinham pacientes diagnosticados com os CIDs F32.8 (Outros episódios depressivos), F32.9 (Episódio depressivo não especificado). Além disso, foi identificado que 6,01% dos pacientes eram usuários de álcool e 7,13% de drogas psicoativas. Entre os usuários de substâncias, observou-se maior prevalência de tentativa de suicídio em relação aos não usuários. Em relação as medicações, as mais utilizadas pelos pacientes foram o lítio (37,47%), quetiapina (24,39%) e venlafaxina (21,73%). Quanto ao perfil psiquiátrico, a maior parte das internações foi na modalidade voluntária, sendo 59,5% dessas, reinternações e 25,3% com ideação suicida ativa, 24,2% com presença de auto mutilação, e 31,3% com tentativa de suicídio prévia, sendo que dessas tentativas 26,3% foram por meio de intoxicação exógena. Ao compararmos o perfil das internações voluntárias e involuntárias, essas se apresentaram de forma semelhante, sem significância estatística em suas diferenças. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A presença de dependência química em pacientes com TDM associa-se a pior prognóstico, com maior ideação suicida, recorrência e dificuldades terapêuticas. Esse achado reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar integrada e individualizada para este público-alvo.
PALAVRAS-CHAVE: Depressão; Dependência química; Internação involuntária; Saúde mental; Internação psiquiátrica.
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