AVALIAÇÃO CITOLÓGICA DE MASTOCITOMA CUTÂNEO CANINO
INTRODUÇÃO: O mastocitoma cutâneo é uma das neoplasias cutâneas mais comuns em cães, com comportamento biológico variável e prognóstico muitas vezes incerto. Nesse contexto, a citologia representa uma ferramenta diagnóstica inicial acessível e de rápida aplicação, com potencial para sugerir características morfológicas relacionadas à agressividade tumoral antes da confirmação histopatológica. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo avaliar os achados citológicos de mastocitomas cutâneos em cães atendidos na Clínica Veterinária Escola da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, correlacionando-os com os dois principais sistemas de graduação histológica, a fim de verificar a aplicabilidade da graduação citológica como método de triagem prognóstica. MATERIAIS E MÉTODO: Foram selecionados 8 cães (n = 8) com suspeita clínica de mastocitoma. Após excisão cirúrgica das massas, as amostras foram submetidas à punção aspirativa por agulha fina (PAAF), antes da fixação em formol. As lâminas citológicas foram preparadas pela técnica de squash e coradas com Panótico Rápido. A análise das alterações morfológicas celulares foi padronizada conforme um algoritmo baseado na avaliação de desgranulação, anisocariose, pleomorfismo nuclear, figuras de mitose e binucleações ou multinucleações, que classifica os tumores em baixo ou alto grau, caso sejam identificadas duas características ou pequena quantidade de grânulos. As informações obtidas foram comparadas com os laudos histopatológicos disponíveis para avaliar a correspondência entre as metodologias. RESULTADOS: A maioria dos pacientes era fêmea, com predominância da raça Buldogue Francês, média de idade entre 5 e 10 anos e peso médio de 19,8 kg. A citologia revelou mastócitos em todas as amostras, acompanhados de eosinófilos e neutrófilos, além de achados como desgranulação, anisocariose, pleomorfismo nuclear, binucleação, nucléolos evidentes e presença de fibras colágenas. A contaminação por sangue dificultou a leitura em 25% das lâminas. A comparação entre os métodos revelou que todas as amostras histopatológicas disponíveis foram classificadas como grau 2 pela graduação de Patnaik e baixo grau por Kiupel, enquanto a citologia indicou 57,1% (n = 4) como baixo grau e 42,9% (n = 3) como alto grau. A correspondência entre os resultados citológicos e a graduação histológica de Kiupel foi de 57,14%. Porém, a graduação citológica pode ser errônea quando as amostras forem intermediárias como o grau 2 de Patnaik, que em três amostras classificou-se alto grau, mas pela avaliação histológica não foi suficientemente maligna para se enquadrar ao grau 3 (alto grau). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados obtidos evidenciam que a citologia pode ser uma ferramenta útil para predizer o prognóstico de mastocitomas caninos, especialmente quando associada a esquemas de avaliação padronizados, como o utilizado neste estudo. Contudo, é fundamental reconhecer que a histopatologia continua sendo indispensável para a classificação definitiva do grau tumoral, destacando a importância da abordagem integrada para o diagnóstico e planejamento terapêutico.
PALAVRAS-CHAVE: Mastocitoma; Cães; Citologia; Histopatologia; PAAF.
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