AS LÓGICAS INSTITUCIONAIS DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA DO IMAGINÁRIO SOCIAL (1997-2024)
INTRODUÇÃO: O ensino superior brasileiro, em especial as universidades, experimentou transformações profundas nas últimas três décadas. Particularmente, após a promulgação da Lei de Diretrizes e bases da educação em 1996, o período de 1997-2024, transitou de um sistema predominantemente estatal para um modelo híbrido influenciado por múltiplas lógicas institucionais. Este estudo investiga como o imaginário social brasileiro fundamenta as lógicas institucionais que moldaram a evolução do campo do ensino superior, especialmente durante o período crítico de 2017-2024 OBJETIVOS: Derivar da análise longitudinal do imaginário social as lógicas institucionais dominantes no campo, investigando a influência midiática nos imaginários sociais e traduzindo essas substâncias em lógicas de nível meso-social MATERIAIS E MÉTODO: Pesquisa documental no jornal O Estado de S. Paulo (1997-2024), utilizando digitalização OCR e programação em Python para análise automatizada de 33.375 matérias contendo menções à palavra “universidade”, seguida de codificação qualitativa manual de 312 trechos representativos baseada nos frameworks teóricos do imaginário social de Castoriadis, lógicas institucionais de Thornton e teoria do campo de Fligstein RESULTADOS: Identificaram-se quatro fases distintas do imaginário social: universidades como “fardo caro” (2017-2018, 23% das menções), “ameaça ideológica” (2019-2022, 31% das menções), “salvadora nacional” (2020-2021, 19% das menções) e “oportunidade pública” (2023-2024, 27% das menções). Emergem três variantes que exemplificam as lógicas institucionais cunhadas como “Brazilian Way Logics”: desigualdade estrutural (presente em 67% dos trechos analisados), interesse próprio/captura regulatória (45% dos trechos) e burocracia/ineficiência (38% dos trechos). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A maleabilidade do imaginário social brasileiro permitiu transformações rápidas na percepção do conceito de universidade, evidenciando como lógicas institucionais derivadas de substâncias socioculturais específicas moldam políticas educacionais e respostas organizacionais em contextos tanto de estabilidade quanto de crise democrática, econômica e social.
PALAVRAS-CHAVE: Lógicas institucionais; Imaginário social; Ensino superior brasileiro; Análise de mídia; Transformações educacionais.
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