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ANÁLISE DA INSERÇÃO URBANA DE EMPREENDIMENTOS DO PROGRAMA “MINHA CASA, MINHA VIDA”, EM LONDRINA (PR)

SOUSA, Richard Kawan Fernandes de ¹; ARAUJO, Agnes Silva de ²
Curso do(a) Estudante: Arquitetura e Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Arquitetura e Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) ampliou a oferta de moradia formal para famílias de baixa renda no Brasil, mas há dúvidas sobre a qualidade da inserção urbana dos empreendimentos, especialmente em cidades médias como Londrina (PR). A segregação socioespacial e a periferização ainda são desafios importantes para garantir acesso igualitário a serviços e infraestrutura urbana. OBJETIVOS: Analisar como os empreendimentos do MCMV construídos entre 2009 e 2023 estão inseridos no espaço urbano de Londrina, avaliando a qualidade da integração desses empreendimentos ao tecido urbano e suas implicações socioespaciais. MATERIAIS E MÉTODO: Foi aplicada a metodologia Instrumento de Mensuração da Inserção Urbana (I.M.I.U.), baseada nos conceitos de fixos (equipamentos urbanos) e fluxos (movimentações), para classificar os empreendimentos em níveis de inserção (baixo, médio, alto). Dados oficiais e primários foram coletados via Ministério das Cidades, Prefeitura, MyMaps, Google Maps e analisados no QGIS e Excel para mensurar acessibilidade e proximidade a serviços urbanos. RESULTADOS: A maior parte dos empreendimentos está localizada nas periferias, com apenas 16% destinados à Faixa 1, a população mais vulnerável. Nenhum empreendimento da Faixa 1 alcançou alto nível de inserção urbana, e somente 20% da Faixa 2 atingiu essa classificação. Majoritariamente, os empreendimentos alcaçaram média inserção urbana, com pontos como mobilidade apresentando baixos indicativos de inserção urbana. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise dos empreendimentos habitacionais revela um padrão de periferização, com segregação espacial que dificulta mobilidade e acesso a serviços, especialmente para populações de baixa renda. A metodologia empregada apresenta falhas, como critérios vagos para áreas verdes e raio excessivo para ciclovias, que superestimam a qualidade de infraestrutura e limitam a avaliação prática. Apesar disso, há pontos positivos: a presença de escolas e UBS reflete boa distribuição municipal, e áreas verdes, embora mal definidas, sugerem potencial de lazer. A mobilidade ativa é favorecida por ciclovias próximas, mas sua desconexão com destinos cotidianos reduz a efetividade. A baixa proximidade a CRAS, a precariedade de paradas de ônibus, a ausência de arborização, muros extensos e calçadas inadequadas comprometem acessibilidade, segurança e conforto urbano, evidenciando desigualdades e a necessidade de critérios mais realistas. Conclusão: O índice I.M.I.U. revelou contradições e limitações metodológicas, que podem superestimar alguns aspectos positivos. O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) ampliou o acesso à moradia formal, mas não conseguiu romper a lógica da periferização e exclusão socioespacial em Londrina. É necessário repensar políticas habitacionais para que promovam, além da construção de unidades, a plena integração urbana, social e econômica dos empreendimentos, garantindo maior equidade territorial.

PALAVRAS-CHAVE: Programa Minha Casa, Minha Vida; Inserção Urbana; Periferização; Políticas Habitacionais.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

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