MAPEAMENTO DOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO E AÇÕES REALIZADAS APÓS O TRATAMENTO DE FRATURA POR FRAGILIDADE EM UM HOSPITAL PÚBLICO EM CURITIBA-PR
INTRODUÇÃO: A fratura por fragilidade, definida como aquela decorrente de traumas de baixo impacto em indivíduos com osteoporose (diagnóstico conhecido ou não), representa importante causa de morbidade na população idosa. Apesar da existência de diretrizes clínicas e tratamentos disponíveis, muitos pacientes não recebem segmento adequado após o episódio inicial, aumentando o risco de novas fraturas. OBJETIVOS: Identificar os pacientes atendidos e submetidos ao tratamento conservador ou cirúrgico após fratura por fragilidade no Hospital Universitário Cajuru, bem como identificar suas características demográficas, clínicas e dados de diagnóstico e terapia para osteoporose no período de abril de 2024 a junho de 2025. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional longitudinal que incluiu pacientes com idade ≥45 anos, com fratura por fragilidade confirmada e atendidos pela ortopedia no Hospital Universitário Cajuru entre abril de 2024 e junho de 2025. Os dados demográficos, clínicos, de exames laboratoriais e de imagem foram coletados na consulta médica e/ou extraídos dos registros dos prontuários médicos. RESULTADOS: A amostra foi composta por 120 pacientes, com predominância do sexo feminino (74,2%) e média de idade de 75,5±8,8 anos. Cerca de 43% da amostra praticava alguma atividade física, 21% já fizeram uso de corticoides, 12,9% já tiveram o diagnóstico de artrite reumatoide, 9,7% tinham história familiar de 1° grau com fratura de quadril e 41,9% já tinham tido uma fratura por fragilidade anterior e diagnóstico de osteoporose. Apesar destes números, apenas 38,7% no atendimento estavam em uso de algum medicamento específico para osteoporose. Histórico de duas ou mais quedas de mesmo nível no último ano estava presente em 35,5% dos participantes. Na avaliação de fatores de risco para quedas, 71% apresentavam alguma anormalidade de visão, 38% de audição, 16% alguma limitação nas extremidades, 29% algum grau de incontinência fecal e/ou urinária e 47% possuíram episódios de desequilíbrios e/ou tonturas. O uso de medicamentos que podem aumentar o risco de quedas estava presente em 69,4% dos participantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo evidenciou que o perfil de pacientes com fratura por fragilidade é de muito alto risco para novas fraturas, apresentando vários fatores de risco modificáveis e não modificáveis. A baixa taxa de investigação e terapia para prevenção secundária de novas fraturas denota que há necessidade de implementação de estratégias multiprofissionais e políticas públicas mais efetivas para o diagnóstico precoce e o manejo adequado da osteoporose, a fim de reduzir o risco de fraturas e sua recorrência, bem como dos impactos associados no contexto do sistema público de saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Osteoporose; Fratura por Fragilidade; Perfil clínico; Fatores de risco; Tratamento.
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