EVENTOS MUSCULARES ASSOCIADOS AO USO DE ESTATINAS: REVISÃO DE LITERATURA E METANÁLISE
INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade mundial, sendo o controle do colesterol LDL uma das estratégias centrais na prevenção desses eventos. As estatinas, amplamente utilizadas para esse fim, são eficazes na redução do risco cardiovascular, porém frequentemente associadas a efeitos adversos musculares, conhecidos como sintomas musculares associados às estatinas (SAMS). Estes sintomas, que incluem mialgia, câimbras, fadiga muscular e, em casos raros, miopatia ou rabdomiólise, são relatados como a principal causa de não adesão ao tratamento com estatinas. No entanto, estudos recentes sugerem que tais sintomas podem não estar diretamente relacionados à ação farmacológica da droga, mas sim ao efeito nocebo. OBJETIVOS: Este trabalho teve como objetivo principal analisar, por meio de uma revisão sistemática, a prevalência e a gravidade dos sintomas musculares associados ao uso de estatinas, considerando diferentes formulações e dosagens. Este trabalho teve como objetivo principal analisar, por meio de uma revisão sistemática, a prevalência e a gravidade dos sintomas musculares associados ao uso de estatinas, considerando diferentes formulações e dosagens. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa seguiu os critérios do PRISMA Statement 2020 e incluiu ensaios clínicos randomizados, com grupos controle utilizando placebo, publicados entre 2014 e 2024. RESULTADOS: Os resultados obtidos indicaram que não houve diferença estatisticamente significativa na incidência de sintomas musculares entre os grupos em uso de estatina e placebo, reforçando a hipótese do efeito nocebo como causa predominante. Em alguns estudos, inclusive, pacientes apresentaram mais sintomas durante o uso de placebo do que durante o uso da medicação ativa. Esses achados destacam a importância de uma comunicação médica adequada e baseada em evidências, com o intuito de minimizar percepções negativas e melhorar a adesão ao tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que, embora os SAMS sejam frequentemente relatados, sua prevalência real pode estar superestimada e pouco associada ao uso direto das estatinas. Estratégias educativas voltadas aos profissionais de saúde e pacientes podem contribuir significativamente para otimizar o uso dessas medicações essenciais na prevenção cardiovascular.
PALAVRAS-CHAVE: Estatinas; Eventos adversos; Dor muscular; SAMS.
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