ANÁLISE DESCRITIVA ENTRE DEPRESSÃO PÓS-UTI E DEPRESSÃO PÓS-COVID-19: BUSCA POR CORRELAÇÕES
INTRODUÇÃO: As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) têm desempenhado um papel fundamental na redução da mortalidade de pacientes em estado crítico. No entanto, são ambientes complexos em que o paciente está exposto a muitos estressores. Diversos estudos demonstram que muitos pacientes apresentam comprometimentos cognitivos, mentais e físicos após a alta da UTI – condição atualmente conhecida como Síndrome Pós-Cuidados Intensivos (PICS). Com o advento da pandemia de COVID-19, a internação em UTIs tornou-se mais frequente, especialmente em casos graves, resultando em sintomas persistentes como fadiga, dispneia e depressão, semelhantes aos observados na PICS. OBJETIVOS: Investigar possíveis diferenças entre episódios depressivos decorrentes da Síndrome Pós-Cuidados Intensivos e da COVID longa em pacientes adultos que estiveram internados em UTI. Identificar sintomas de depressão em pacientes críticos e em pacientes internados por complicação da COVID-19, ambos sobreviventes da UTI. Avaliar a gravidade dos quadros depressivos nos dois grupos. Descrever os principais sintomas identificados em cada população. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de estudo observacional, quantitativo, descritivo, com delineamento transversal, comparativo, vinculado ao projeto ReCover – Saúde Mental Pós-COVID. A coleta de dados foi realizada em duas etapas distintas, precedidas por uma revisão bibliográfica sistematizada sobre o tema. A primeira fase foi realizada entre novembro de 2020 e dezembro de 2021 e incluiu pacientes adultos que estiveram internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido a complicações da COVID-19. A segunda fas e ocorreu entre agosto de 2024 e junho de 2025, contemplando pacientes adultos internados em UTI por causas diversas. Os critérios de inclusão para ambas as fases foram: idade igual ou superior a 18 anos, histórico de internação em UTI hospitalar e capacidade de comunicação verbal. Foram excluídos participantes com diagnóstico prévio de transtorno mental grave e aqueles com déficit cognitivo severo que impedisse a participação na entrevista. Na segunda fase, os participantes foram recrutados por meio de contato com uma instituição hospitalar e base de dados dos serviços de saúde dessa instituição. O instrumento utilizado foi o Clinical Interview Schedule – Revised (CIS-R). Na primeira fase, o CIS-R foi adaptado para o formato digital por meio da plataforma RedCap, enquanto na segunda fase foi operacionalizado por meio do software Qualtrics e sua aplicação foi conduzida remotamente, através de videochamada via telefone celular, com o objetivo de garantir acessibilidade e padronização na coleta. RESULTADOS: Este estudo comparou sintomas depressivos em sobreviventes de UTI com e sem histórico de COVID-19. Ambos os grupos apresentaram alta prevalência de depressão grave, porém com perfis sintomáticos distintos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados indicam que fatores individuais e psicossociais influenciam mais a gravidade do quadro do que a causa da internação. Reforça-se a importância da triagem e reabilitação pós-UTI.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde Mental; Depressão; Pics; COVID.
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