ATENÇÃO EM SAÚDE PARA POPULAÇÕES VULNERÁVEIS
INTRODUÇÃO: A população transgênero no Brasil enfrenta barreiras significativas no acesso à saúde, inserindo-se em um contexto de alta vulnerabilidade social e violência. Apesar da existência de políticas públicas voltadas para a população LGBT+, persistem desafios na garantia de acesso integral e equitativo aos serviços de saúde. Este estudo se justifica pela necessidade de compreender as fragilidades e potencialidades no cuidado à saúde dessa população, contribuindo para o aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS) e o enfrentamento das iniquidades de gênero. OBJETIVOS: O objetivo geral deste estudo foi identificar e documentar as trajetórias críticas para o acesso à saúde em relação às pessoas transgênero no Brasil, distinguindo os fatores envolvidos nesse cuidado. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, desenvolvido por meio de uma revisão integrativa da literatura. A pesquisa foi realizada em plataformas como PubMed, BVS, Scielo e OasisBR, utilizando descritores relacionados à população trans, acesso à saúde e Brasil. Foram selecionados 43 artigos após triagem rigorosa, que abordavam explicitamente o acesso à saúde de pessoas transgênero no Brasil. A análise dos dados foi orientada pela leitura na íntegra dos artigos, com a classificação das vulnerabilidades descritas ou identificadas nos textos. Posteriormente, foi realizada uma quantificação percentual das principais categorias identificadas. RESULTADOS: As vulnerabilidades individuais mais relevantes foram o “Comportamento” (62,8% dos artigos) e a “Situação psicoemocional” (58,1%). Nas vulnerabilidades sociais, o “Estigma e discriminação” foi a barreira mais expressiva (90,7%), seguido pelo “Emprego” (39,5%). Entre as vulnerabilidades programáticas, destacaram-se o “Preparo tecnocientífico dos profissionais e equipes/Compromisso e responsabilidade dos profissionais” e a “Organização do setor saúde” (ambas com 74%), além de “Acesso aos serviços” (58%), “Planejamento e avaliação das políticas” (53,4%), “Qualidade dos serviços” e “Integralidade da atenção” (ambas com 39,5%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo conclui que o acesso à saúde para a população transexual no Brasil é dificultado por um conjunto interligado de barreiras nas dimensões individual, social e programática. A predominância do estigma e da discriminação, a falta de preparo profissional e as falhas na organização dos serviços de saúde são os principais desafios. A superação dessas barreiras exige ações coordenadas de educação, sensibilização e reestruturação dos serviços, visando um atendimento equitativo e respeitoso.
PALAVRAS-CHAVE: População transexual; Acesso à saúde; Vulnerabilidade; Estigma; Brasil.
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