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CURTA DURAÇÃO DO SONO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA META-ANÁLISE

GOULART, Maria Eduarda Domareski ¹; MACHADO, Adriana Kramer Fiala ³; WENDT, Andrea Tuchtenhagen ²; WERNECK, Renata Iani ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Odontologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O sono é um estado fisiológico essencial, com papel central na restauração do organismo, consolidação da memória, regulação emocional e manutenção da saúde física e mental. Em crianças e adolescentes, a privação de sono pode acarretar prejuízos cognitivos, comportamentais, metabólicos e cardiovasculares, além de aumentar o risco de obesidade e inflamação. A National Sleep Foundation recomenda de 9 a 11 horas de sono para crianças em idade escolar e de 8 a 10 horas para adolescentes. No entanto, fatores ambientais e de estilo de vida contribuem para a redução da duração do sono, impactando negativamente o desenvolvimento e a qualidade de vida. OBJETIVOS: Esta revisão sistemática com meta-análise teve como objetivo estimar a prevalência de curta duração do sono em crianças e adolescentes, identificar os métodos de mensuração utilizados e os pontos de corte adotados por faixa etária. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo foi registrado na plataforma PROSPERO e seguiu as diretrizes do protocolo PRISMA. Foram incluídos estudos observacionais de base populacional que avaliaram a duração do sono noturno, por métodos objetivos (como acelerometria e polissonografia) ou subjetivos (questionários). Foram excluídos estudos com populações específicas ou que não avaliaram duração do sono como desfecho principal. A busca foi realizada nas bases PubMed, Scopus, LILACS, CINAHL e Web of Science, sem restrição de idioma ou ano. A seleção dos estudos foi feita por dois revisores de forma independente, com apoio da plataforma Rayyan e, em caso de divergência, um terceiro revisor foi consultado. RESULTADOS: Foram identificados 143.092 estudos, dos quais 533 atenderam aos critérios de inclusão. Destes, 211 abordaram crianças e/ou adolescentes. A maioria dos estudos focou em adolescentes (56,9%), seguidos por estudos com ambas as faixas etárias (21,4%) e com crianças apenas (17,5%). A mensuração da duração do sono foi predominantemente subjetiva, por meio de questionários, sendo o método objetivo utilizado em menor escala, especialmente o acelerômetro ActiGraph GT3X. Os pontos de corte para definição de curta duração do sono variaram entre <6h e <8h por noite. Os países com maior número de publicações foram China (20,9%), Estados Unidos (16,1%) e Coreia do Sul (13,7%). A maioria dos estudos foi transversal (75,4%) e publicada a partir de 2016. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A revisão revelou grande heterogeneidade nos critérios e métodos utilizados para mensuração da curta duração do sono em crianças e adolescentes. Essa variabilidade limita a comparabilidade entre estudos e reforça a necessidade de padronização metodológica. A escassez de pesquisas com crianças e a predominância de estudos em países de alta renda indicam a importância de investigações mais abrangentes, com maior representatividade geográfica e uso de métodos objetivos. A identificação de padrões de sono insuficiente nessa população é essencial para fundamentar políticas públicas voltadas à promoção da saúde do sono.

PALAVRAS-CHAVE: Sono infantil; Adolescente; Curta duração do sono; Prevalência; Revisão sistemática.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa CNPq no programa PIBIC.

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