INFUÊNCIA DO NÚMERO DE INERRUPÇÕES DO TESTE NA VIDA DA FERRAMENTA – FRESAMENTO

INTRODUÇÃO: A usinagem é influenciada por fatores como condições de corte, propriedades do material, geometria da ferramenta e uso de fluidos. Um dos principais indicadores de eficiência do processo é a vida útil da ferramenta. Este estudo investiga se o número de interrupções nos testes de usinagem afeta a curva de desgaste da ferramenta, comprometendo essa equação. Para isso, foram realizados ensaios experimentais de fresamento. O corte contínuo, especialmente sem fluido de corte, eleva a temperatura da ferramenta, acelerando seu desgaste. Embora fluidos prolonguem a vida útil da ferramenta, também trazem impactos ambientais e riscos à saúde. Assim, o estudo reforça a importância de práticas sustentáveis, como a usinagem a seco, que busca equilibrar desempenho e responsabilidade ambiental. OBJETIVOS: Este projeto tem como objetivo analisar a vida útil de ferramentas de corte de metal duro revestidas durante o fresamento de topo do ferro fundido vermicular FV500, avaliando o impacto de diferentes frequências de interrupções nos testes de desgaste. Os experimentos foram realizados em corte a seco com o intuito de quantificar a influência dessas interrupções nos resultados obtidos. MATERIAIS E MÉTODO: Os testes foram realizados sem fluidos de corte, utilizando fresas inteiriças de metal duro com revestimento ALTiN e placas de ferro fundido vermicular FV500 como material usinado. A usinagem, em zigue-zague, foi feita paralelamente à largura da peça, mantendo constantes os parâmetros de corte (velocidade, avanço por dente, profundidades axial e radial), variando apenas o número de interrupções (zero, uma, três e sete paradas). O critério de fim de teste foi um volume fixo de material removido (178.944 mm³). Após cada interrupção, os desgastes das ferramentas foram medidos com microscópio ferramenteiro, permitindo acompanhar sua evolução. Cada teste foi repetido três vezes. RESULTADOS: Os resultados mostraram grande variabilidade no desgaste das ferramentas entre as repetições, mesmo dentro de uma mesma estratégia de parada, com exceção dos testes com três paradas. Apesar da alta dispersão nos dados, evidenciada pelos grandes desvios padrões, a análise estatística (ANOVA) indicou que não houve diferenças significativas entre as estratégias de usinagem adotadas (p-valor = 0,7279). No entanto, observou-se que o desgaste máximo médio da ferramenta aumentou com o número de interrupções, contrariando a expectativa inicial de que pausas reduziriam o desgaste por diminuírem o aquecimento. Uma possível explicação é que, com menos interrupções, o calor acumulado durante a usinagem pode reduzir a resistência ao cisalhamento do material, facilitando o corte. Além disso, o ferro fundido vermicular, devido à presença de grafita em sua estrutura, apresenta boa usinabilidade e comportamento térmico que favorece esse efeito, sem comprometer significativamente a vida útil da ferramenta. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que o número de interrupções durante a usinagem do ferro fundido vermicular FV500 não influenciou significativamente o desgaste das ferramentas, segundo a análise estatística. No entanto, as médias indicaram que um maior número de paradas aumentou o desgaste, possivelmente devido aos choques térmicos e mecânicos causados pelas retomadas de corte. Assim, estratégias com menos interrupções se mostraram mais favoráveis à preservação da ferramenta e à eficiência do processo, especialmente em materiais com boa usinabilidade como o FV500.

PALAVRAS-CHAVE: Desgaste de ferramenta de corte; Interrupções nos testes; Vida útil da ferramenta; Fresamento de ferro fundido vermicular.