AVALIAÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO SEXUAL EM MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE ENDOMETRIOSE NO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA
INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença crônica, benigna e estrogênio-dependente, cuja manifestação clínica pode incluir dispareunia, dismenorreia, dor pélvica, entre outros sintomas. Tais manifestações impactam diretamente na qualidade de vida sexual (QVS) das mulheres acometidas. Apesar disso, a discussão sobre os efeitos da endometriose na saúde sexual feminina ainda é frequentemente negligenciada, em razão dos tabus socioculturais que envolvem o tema. Objetivos: Avaliar o grau de satisfação sexual em mulheres com diagnóstico de endometriose OBJETIVOS: Avaliar o grau de satisfação sexual em mulheres com diagnóstico de endometriose por meio dos questionários: Endometriosis Health Profile – 30 (EHP-30) e suas seções adicionais C e F e Quociente sexual – Versão Feminina (QS-F). MATERIAIS E MÉTODO: O presente estudo, identificado como retrospectivo analítico, contou com a participação de 49 mulheres na fase de menacme, mulheres cisgênero, entre 18 e 45 anos, sexualmente ativas, diagnosticadas por videolaparoscopia, ultrassonografia, ressonância magnética ou com clínica sugestiva de endometriose, em acompanhamento no serviço de ginecologia do Hospital Santa Casa de Curitiba, Brasil, no intervalo de 1 ano, entre fevereiro de 2024 até outubro de 2025. Às quais responderam os questionários EHP-30 e e suas seções adicionais C e F e QS-F por meio dos aplicativos WhatsApp e Googleforms. O nível de significância foi estabelecido em 5%. Os dados foram analisados com o programa computacional IBM SPSS Statistics v.28.0. Armonk, NY: IBM Corp. RESULTADOS: No que se refere à média dos escores relacionados à sexualidade, os módulos C (69,6) e QS-F (49,6) indicaram uma pior QVS entre as participantes. Em relação à terapêutica adotada, 46,9% das mulheres foram submetidas à intervenção cirúrgica. Esse grupo apresentou o menor escore no domínio “controle e poder sobre a doença” (p = 0,006), sugerindo maior impacto positivo nesse aspecto. Além disso, observou-se significância estatística na associação entre o domínio “bem-estar emocional” e a Seção C do EHP-30 (p = 0,025), evidenciando a influência de fatores emocionais sobre a QVS. Não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre a QVS e as variáveis sociodemográficas ou faixa etária. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados deste estudo indicam que a endometriose impacta diretamente a QVS das mulheres, embora o tamanho reduzido da amostra tenha limitado a identificação de diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Também foi notada certa resistência das participantes em falar sobre sexualidade, revelando o tabu ainda presente no tema e a falta de abordagem adequada na prática clínica. Esses achados ressaltam a importância de que a sexualidade seja reconhecida e abordada com a mesma atenção conferida aos sintomas de dor e infertilidade, de modo a integrá-la de forma mais ampla e efetiva nas estratégias terapêuticas.
PALAVRAS-CHAVE: Endometriose; Qualidade de vida sexual; Dispareunia; Abordagem terapêutica; Fatores emocionais.
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